sábado, 7 de outubro de 2017

Ele te ouvirá


Pv 15.29
Longe está o Senhor dos ímpios, mas escutará a oração dos justos.

A oração é um dos privilégios significativos associados à nossa nova vida em Cristo. Outrora, somente o sumo sacerdote podia entrar na presença de Deus, no Lugar Santíssimo, uma vez por ano, para fazer expiação pelos pecados da nação. Esta prática antecipava o sacrifício perfeito de Cristo. “E eis que o véu do templo se rasgou...” (Mt 27.51). A cortina que separava o Lugar Santo do Santíssimo rasgou-se em duas partes no momento da morte de Cristo, simbolizando que a barreira que havia entre Deus e a humanidade fora removida. Agora podemos chegar com confiança ao trono da graça, sabendo que nossas orações e petições são bem acolhidas e ouvidas por nosso Pai celestial (ver Hb 10.19,20).

O apóstolo Tiago menciona os problemas mais comuns em nossas orações: não pedir, pedir as coisas erradas ou pedir por motivos errados: “Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites” (Tg 4.3). Podemos ser libertos dos nossos desejos egocêntricos, humilhando-nos diante de Deus, percebendo que tudo o que realmente precisamos é de sua aprovação (ver 1Jo 5.14).

Jesus orou no jardim do Getsêmani, visando não os seus interesses, mas os de Deus: “Meu Pai, se é possível, passa de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres” (Mt 26.39). Aqui, o que deixou Jesus horrorizado não era a morte em si, mas o modo da sua morte. Ele não morreu de modo tão sereno quanto muitos mártires, justamente por não ser um mero mártir: era o Cordeiro de Deus que carregava sobre si a punição dos pecados de toda a humanidade: “Eli, Eli, lemá sabactâni”, isto é, “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” Seu brado em aramaico (Mt 27.46) testemunha que Ele experimentou a separação de Deus Pai, ao tornar-se substituto do pecador.

Podemos orar pedindo qualquer coisa, com o entendimento de que as respostas de Deus são provenientes da perspectiva do próprio Deus. Nem sempre elas estarão de acordo com as nossas expectativas, pois somente Ele conhece toda a história: “Porque eu bem sei os pensamentos que penso de vós, diz o Senhor; pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim que esperais. Então, me invocareis, e ireis, e orareis a mim, e eu vos ouvirei” (Jr 29.11,12).

O apóstolo João declara que uma vida de oração está vinculada à nossa dedicação a Deus, e que obedecer aos seus mandamentos, amá-lo e agradar-lhe são condições indispensáveis para recebermos aquilo que pedimos em oração: “e qualquer coisa que lhe pedirmos, dele a receberemos porque guardamos os seus mandamentos e fazemos o que é agradável à sua vista” (1Jo 3.22).

Suas orações se tornarão poderosas quando você permitir que Deus mude seus desejos para que correspondam perfeitamente à vontade dEle para a sua vida.