Pv 15.29
Longe está o Senhor dos ímpios,
mas escutará a oração dos justos.
A oração é um dos privilégios
significativos associados à nossa nova vida em Cristo. Outrora, somente o sumo
sacerdote podia entrar na presença de Deus, no Lugar Santíssimo, uma vez por
ano, para fazer expiação pelos pecados da nação. Esta prática antecipava o
sacrifício perfeito de Cristo. “E eis que o véu do templo se rasgou...” (Mt
27.51). A cortina que separava o Lugar Santo do Santíssimo rasgou-se em duas
partes no momento da morte de Cristo, simbolizando que a barreira que havia
entre Deus e a humanidade fora removida. Agora podemos chegar com confiança ao
trono da graça, sabendo que nossas orações e petições são bem acolhidas e
ouvidas por nosso Pai celestial (ver Hb 10.19,20).
O apóstolo Tiago menciona os
problemas mais comuns em nossas orações: não pedir, pedir as coisas erradas ou
pedir por motivos errados: “Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o
gastardes em vossos deleites” (Tg 4.3). Podemos ser libertos dos nossos desejos
egocêntricos, humilhando-nos diante de Deus, percebendo que tudo o que
realmente precisamos é de sua aprovação (ver 1Jo 5.14).
Jesus orou no jardim do
Getsêmani, visando não os seus interesses, mas os de Deus: “Meu Pai, se é
possível, passa de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como
tu queres” (Mt 26.39). Aqui, o que deixou Jesus horrorizado não era a morte em
si, mas o modo da sua morte. Ele não morreu de modo tão sereno quanto muitos
mártires, justamente por não ser um mero mártir: era o Cordeiro de Deus que
carregava sobre si a punição dos pecados de toda a humanidade: “Eli, Eli, lemá
sabactâni”, isto é, “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” Seu brado em
aramaico (Mt 27.46) testemunha que Ele experimentou a separação de Deus Pai, ao
tornar-se substituto do pecador.
Podemos orar pedindo qualquer
coisa, com o entendimento de que as respostas de Deus são provenientes da
perspectiva do próprio Deus. Nem sempre elas estarão de acordo com as nossas
expectativas, pois somente Ele conhece toda a história: “Porque eu bem sei os
pensamentos que penso de vós, diz o Senhor; pensamentos de paz e não de mal,
para vos dar o fim que esperais. Então, me invocareis, e ireis, e orareis a
mim, e eu vos ouvirei” (Jr 29.11,12).
O apóstolo João declara que uma
vida de oração está vinculada à nossa dedicação a Deus, e que obedecer aos seus
mandamentos, amá-lo e agradar-lhe são condições indispensáveis para recebermos
aquilo que pedimos em oração: “e qualquer coisa que lhe pedirmos, dele a
receberemos porque guardamos os seus mandamentos e fazemos o que é agradável à
sua vista” (1Jo 3.22).
Suas orações se tornarão
poderosas quando você permitir que Deus mude seus desejos para que correspondam
perfeitamente à vontade dEle para a sua vida.