“A ti, ó Deus, espera o louvor em Sião...”.
Este Salmo, juntamente com os de Nº 8, 19, 33 e 104, está classificado na categoria de “cânticos da criação”. São salmos que ressaltam o interesse e o cuidado de Deus em tudo o que Ele criou e que mantém “sustentando todas as coisas, pela palavra do seu poder” (Hb 1.3).
Deus criou os céus e terra como manifestação da sua glória, majestade e poder, para receber a glória e a honra que lhe são devidas. Todos os elementos da natureza rendem louvores a Deus que os criou (ver Sl 148.1-10); quanto mais Deus deseja e espera receber glória e louvor dos seres humanos: “Esse povo que formei para mim, para que me desse louvor” (Is 43.21);
Louvar a Deus é essencial à adoração cristã. O louvor era um elemento-chave na adoração de Israel a Deus: “Entrai pelas portas dele com louvor e em seus átrios, com hinos; louvai-o e bendizei o seu nome” (Sl 100.4), bem como na adoração cristã primitiva: “... Louvai ao Senhor, todos os gentios, e celebrai-O todos os povos” (Rm 15.11).
Tanto na adoração coletiva como noutros casos, uma maneira de louvar a Deus é cantar salmos, hinos e cânticos espirituais: “A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais; cantando ao Senhor com graça em vosso coração. E quanto fizerdes por palavras ou por obras, fazei tudo em nome do Senhor Jesus, dando por Ele graças a Deus Pai” (Cl 3.16,17).
Nos cânticos, relembramos que Deus nos criou e redimiu, e O reconhecemos como nosso Deus e Senhor. O cântico de louvor pode ser com o espírito (em línguas), ou com a mente (idiomas humanos conhecidos): “... cantarei com o espírito, mas também cantarei com o entendimento” (1Co 14.15b); com instrumentos musicais: “Louvai-O com o som de trombeta; louvai-O com o saltério e a harpa. Louvai-O com o adufe e a flauta; louvai-O com instrumento de cordas e com flautas. Louvai-O com címbalos sonoros; louvai-O com címbalos altissonantes” (Sl 150.3-5); falando ao próximo das maravilhas de Deus: “Cantai ao Senhor um cântico novo, cantai ao Senhor, todos os moradores da terra. Cantai ao Senhor, bendizei o Seu nome; anunciai a Sua salvação de dia em dia. Anunciai entre as nações a Sua glória; entre todos os povos, as Suas maravilhas. Porque grande é o Senhor e digno de louvor, mais tremendo do que todos os deuses” (Sl 96.1-4); manifestando a sua luz: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus” (Mt 5.16); produzindo frutos: “Nisto é glorificado meu Pai: que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos” (Jo 15.8).
A nossa experiência dos atos poderosos de Deus, especialmente dos seus atos de salvação e de redenção, é uma razão extraordinária para louvarmos ao seu nome: “Louvai-O pelos seus atos poderosos; louvai-O conforme a excelência da Sua grandeza” (Sl 150.2); deste modo, louvamos a Deus pela Sua misericórdia, graça e amor imutáveis: “Louvai ao Senhor, todas as nações; louvai-O todos os povos. Porque a Sua benignidade é grande para conosco, e a verdade do Senhor é para sempre. Louvai ao Senhor” (Sl 117).
Também devemos louvar a Deus por todos os Seus atos de livramento em nossa vida, tais como livramento de inimigos ou cura de enfermidades: “Eu, porém, cantarei a tua força; pela manhã, louvarei com alegria a tua misericórdia, porquanto tu foste o meu alto refúgio e proteção no dia da minha angústia” (Sl 59.16).
Finalmente, o cuidado providente de Deus para conosco, dia após dia, tanto material como espiritualmente, é uma grandiosa razão para louvarmos e bendizermos o seu nome: “Bendito seja o Senhor, que de dia em dia nos cumula de benefícios; o Deus que é a nossa salvação” (Sl 68.19).