sábado, 25 de fevereiro de 2012

Adoração.

Jo 4.24
Deus é Espírito, e importa que os que O adoram O adorem em Espírito e em verdade”.

“Deus parece tão distante... se ao menos eu pudesse vê-lo ou ouvi-lo...”. Você já se sentiu desta forma – lutando contra a solidão, desesperado, cheio de pecado e sobrecarregado de problemas? Todos fomos feitos à imagem de Deus para termos um relacionamento pessoal com Ele. Quando esta comunhão é quebrada, ficamos incompletos e precisamos de restauração. A comunhão com o Deus vivo é a essência da adoração. Ela é vital, atingindo o âmago da nossa vida. A verdadeira adoração e unidade com Deus se inicia quando confessamos os nossos pecados e aceitamos a Cristo como o único que pode nos redimir do pecado e nos aproximar de Deus.

A adoração consiste nos atos e atitudes que reverenciam e honram à majestade do grande Deus do céu e da terra. O ser humano adora a Deus desde o início da história. Adão e Eva tinham comunhão regular com Deus no jardim do Éden (Gn 3.8). Caim e Abel trouxeram a Deus oferendas de vegetais e de animais (Gn 4.3,4). Os descendentes de Sete invocavam “o nome do Senhor” (Gn 4.26). Noé construiu um altar ao Senhor para oferecer holocaustos depois do dilúvio (Gn 8.20). Abraão assinalou a paisagem da terra prometida com altares para oferecer holocaustos ao Senhor (Gn 12.7,8) e falou intimamente com Ele (Gn 18.23-33).

O fato marcante da adoração no Antigo Testamento era o sistema sacrificial (ver Nm 28,29). O caro sacrifício da vida de um animal imprimia no pecador a seriedade do seu próprio pecado diante de Deus. Por Jesus ter derramado o Seu próprio sangue por nós, Seu sacrifício é infinitamente maior do que qualquer oferta do Antigo Testamento. Um dos motivos da vinda de Cristo foi a restauração de um culto verdadeiro e aceitável a Deus (Ml 3.1). Considerando a dádiva incomensurável que Ele nos deu, devemos responder oferecendo-lhE a nossa devoção e serviço (Hb 10.5-10).

A expressão “Deus é Espírito” (Jo 4.24) mostra que Ele não é um ser físico, limitado a tempo e espaço. Ele está presente em todos os lugares e pode ser adorado em qualquer local e a qualquer tempo. O mais importante não é onde adoramos, mas como adoramos o Senhor. A verdadeira adoração é a que é prestada em Espírito e Verdade (v.23). “Em Espírito” indica o nível em que ocorre a adoração verdadeira. “Verdade” é uma característica de Deus. Por isso, a adoração deve ser prestada de conformidade com a Verdade do Pai que se revela no Filho e se recebe mediante o Espírito.

Quando os cristãos verdadeiramente adoram a Deus, muitas bênçãos lhes estão reservadas: Deus promete que estará com eles (Mt 18.20), e que entrará e ceará com eles (Ap 3.20); que os envolverá com a Sua glória (1Pe 4.14); que os abençoará com chuvas de bênçãos (Ez 34.26), especialmente com a paz ((Sl 29.11); que os concederá fartura de alegria (Jo 15.11); que responderá às orações dos que oram com fé sincera (Tg 5.15); que os encherá de novo com o Espírito Santo e com ousadia (At 4.31); que enviará manifestações do Espírito Santo entre eles (1Co 12.7-13); que os guiará em toda a verdade através do Espírito Santo (Jo 17.17-19); que os consolará, animará e fortalecerá (1Pe 5.10); que convencerá o povo do pecado, da justiça e do juízo por meio do Espírito Santo (Jo 16.8); e que salvará os pecadores presentes no culto de adoração, sob a convicção do Espírito Santo (1Co 14.22-25).

No culto cristão, nos acercamos de Deus em gratidão por aquilo que Ele tem feito por nós em Cristo e através do Espírito Santo. A adoração requer o exercício de fé e o reconhecimento de que Ele é nosso Deus e Senhor.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Vigiai.

Mt 24.42
“Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor”.

Jesus contou várias parábolas, para esclarecer o que significa estar pronto para Seu retorno e como devemos viver até que Ele venha. Na Parábola das Dez Virgens (Mt 25.1-13), Jesus nos ensina que cada um de nós é responsável por sua condição espiritual. Na dos Talentos (Mt 25.14-30), mostra a necessidade de usarmos bem aquilo que Deus nos confiou. Na Parábola das ovelhas e dos bodes (Mt 25.31-46), enfatiza a importância de atendermos aos necessitados.

As dez virgens da parábola eram damas de honra que esperavam para juntar-se aos convidados, a fim de participar da festa, mas, devido à demora do noivo, cinco delas ficaram sem óleo para as suas lâmpadas. Quando conseguiram comprar o óleo necessário, já era tarde demais, não puderam unir-se aos outros da festa. Isso significa que, quando Jesus voltar para levar o Seu povo, deveremos estar prontos. A preparação espiritual não pode ser comprada ou emprestada no último minuto. Não deixe que a negligência lhe impeça de prover-se do azeite (Mt 25.10).

Na parábola dos talentos, o senhor daqueles servos dividiu o dinheiro entre eles de acordo com a capacidade de cada um. Nenhum deles recebeu recursos superiores ou inferiores à sua capacidade de administrar. Se alguém falhasse em sua missão, a desculpa não poderia estar relacionada à sobrecarga. O insucesso indicaria apenas preguiça ou falta de amor para com o seu senhor. Não devemos inventar desculpas para deixar de fazer aquilo que Deus nos chamou para fazer. Nosso tempo, capacidade e dinheiro não nos pertencem, somos apenas seus guardiões, não seus proprietários (1Co 4.1,2).

A parábola das ovelhas e dos bodes descreve certos atos de misericórdia que todos nós podemos praticar todos os dias. Essas atitudes não dependem de nossa riqueza, habilidade ou inteligência, são simples, podem ser postas em prática no dia-a-dia e são sempre bem recebidas. Não existem desculpas para negligenciarmos aqueles que possuem grandes necessidades; nossa fé não será sincera se não for estendida aos nossos semelhantes (Is 58.7). Esse amor pelos outros glorifica a Deus, porque reflete nosso amor por Ele (Jo 13.35).

A segunda vinda de Cristo será repentina e rápida. Não haverá tempo para arrependimentos ou negociações de última hora. Ao falar sobre Sua volta, a intenção de Jesus não era estimular previsões ou cálculos sobre a data, mas para nos ajudar a permanecer sempre alertas e preparados, enquanto aguardamos o regresso dEle.

Em Mt 24.43 Jesus mostra como é óbvio e lógico alguém se preparar para uma emergência, quando sabe a hora que esta vai surgir. Mas, as emergências espirituais estão dentro da alçada de Deus: “Porém daquele Dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, mas unicamente meu Pai” (Mt 24.36). Certamente, quando Jesus reassumiu a Sua glória anterior, passou a conhecer a data da Sua futura volta (ver Jo 17.5 e At 7.56).

Cristo voltará inesperadamente, portanto devemos estar prontos para esse momento. “Quando, porém, vier o Filho do Homem, porventura, achará fé na terra” (Lc 18.8)? Podemos nos preparar posicionando-nos em uma firme atitude contra as tentações, e permanecendo comprometidos com os padrões morais de Deus. O vigiar, segundo se vê aqui, inclui o fiel exercício de todas as virtudes cristãs: aguardar a volta de Cristo, cumprindo o dever, desenvolvendo talentos e amparando os aflitos.



quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Geração eleita.

Sl 65.4
“Bem aventurado aquele a quem Tu escolhes e fazes chegar a Ti, para que habite em Teus átrios; nós seremos satisfeitos da bondade da Tua casa e do Teu santo templo”.

Desde a queda de Adão, o pecado tem separado o homem de Deus, e as pessoas precisam de mediadores para ajudá-las a receber perdão. A princípio, os patriarcas – chefes de família como Abraão e Jó – eram os sacerdotes da casa, ou do clã, e faziam sacrifícios para a família.

Deus tinha um propósito ao salvar os israelitas da escravidão. A intenção original de Deus era que Seu povo escolhido fosse um “reino de sacerdotes”; a nação como um todo, bem como cada indivíduo, se relacionaria com Deus (Ex 19.6). Mas como podem pessoas pecadoras aproximar-se do Deus santo? Primeiro, é necessário lidar com o pecado.

Ao tirar os israelitas do Egito, Deus demonstrou Seu grande desejo de estar com eles e protegê-los. Então Deus escolheu um grupo especial de israelitas da tribo de Levi para servir como sacerdotes no Tabernáculo (Nm 3.5-51). Arão e seus descendentes eram os únicos que podiam entrar nas dependências sagradas, onde a presença de Deus era sentida.

Se os sacerdotes oferecessem certos sacrifícios em favor do povo, Deus prometeu que perdoaria o seu pecado. O sacrifício de animais cumpria dois propósitos: simbolicamente, o animal tomava o lugar do pecador e pagava a pena pelo seu pecado; e a morte do animal representava uma vida doada a fim de que outra vida pudesse ser salva (Lv 1.4). Este sistema prenunciava o dia em que o Cordeiro de Deus (Jesus Cristo) morreria e venceria o pecado para sempre.

No Tabernáculo, uma cortina separava os dois aposentos sagrados – o Lugar Santo e o Lugar Santíssimo. Diariamente, o sacerdote entrava no Lugar Santo para estar com Deus e cuidar do altar do incenso, do candelabro e da mesa com o pão da proposição. O Lugar Santíssimo era a habitação do próprio Deus; Sua presença repousava sobre o propiciatório que cobria a Arca da Aliança. Apenas o Sumo Sacerdote podia entrar no Lugar Santíssimo, uma única vez ao ano (no Dia da Expiação), para realizar a expiação pelos pecados de todo o povo (Ex 26.31-33). Foi no Lugar Santíssimo que Deus se revelou a Moisés (Lv 1.1).

Em Cristo, este sistema imperfeito foi transformado. Quando Jesus morreu, a cortina se rasgou ao meio, de cima a baixo, para indicar que a morte expiatória de Jesus abriu o caminho para nos aproximarmos de nosso Deus Santo (Mc 15.38). A cortina completamente rasgada mostra que Deus mesmo foi quem abriu esse caminho de acesso direto a Ele.

A morte de Cristo tornou-se o último sacrifício necessário. Ele sofreu as nossas punições de uma vez por todas. O sacrifício de animais passou a não ser mais necessário. Agora, todas as pessoas podem ser livres do castigo do pecado simplesmente crendo em Jesus e aceitando o perdão que Ele oferece.
                 
No antigo pacto, as pessoas se aproximavam de Deus por intermédio dos sacerdotes. Depois da ressurreição de Jesus, um novo dia amanheceu. Jesus fala sobre um novo relacionamento entre o crente e Deus em Jo 16.23-27. Agora podemos estar diretamente na presença de Deus, sem medo (Hb 4.16), e recebemos a responsabilidade de aproximar outras pessoas a Ele (2Co 5.18-21). Todos os que creem em Jesus são sacerdotes (1Pe 2.9) e podem falar com Deus pessoalmente e diretamente, pois Jesus, o nosso Sumo Sacerdote, tornou-nos aceitáveis a Deus (Hb 10.19-23).

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Filhos de Abraão.

Lc 19.9
E disse-lhe Jesus: Hoje, veio a salvação a esta casa, pois também este é filho de Abraão”.

Deus quis separar uma nação para Si mesmo, uma nação que falaria ao mundo a Seu respeito. Ele começou com um homem de fé que, embora idoso e sem filhos, creu na promessa de Deus de ter descendentes. A promessa que Deus fez a Abraão dizia que o patriarca seria pai de muitas nações (Gn 17.2-4) e que o mundo inteiro seria abençoado através dele (Gn 12.3).

Ser judeu significava fazer parte da família de Deus e ser herdeiro de todas as Suas promessas. Eles tinham muitas vantagens: a lei, a revelação da vontade de Deus, fora-lhes confiada (Ex 19-20); eram os beneficiários da aliança com Deus (Gn 17.1-16); Israel foi o povo através do qual o Messias veio à terra (Mt 1.1-17). Mas esses privilégios não os faziam melhores do que os outros povos (Rm 3.9). Na verdade, por causa desses benefícios, os judeus eram ainda mais responsáveis por viver de acordo com os mandamentos de Deus (Lc 12.48).

Eles sentiam orgulho de serem chamados filhos de Abraão (Mt 3.9). Os líderes religiosos eram filhos hereditários de Abraão (o fundador da nação judaica) e, portanto, afirmavam ser filhos de Deus. Paulo declarou que ninguém pode afirmar ter sido escolhido por Deus por causa de sua herança biológica ou de suas boas obras (Rm 3.23; 11.32). O Senhor nos salva por Sua bondade e misericórdia, não por nossos méritos (Tt 3.3-7). Ser membro da família de Deus é algo que se baseia em qualidades interiores e não exteriores. O Espírito Santo lhe dá uma nova vida e ele passa a viver em uma união vital com Cristo (Cl 2.6,7).

Uma pessoa não é salva porque nasceu em uma boa família nem condenada devido a uma herança ruim; a fé é mais importante do que a genealogia (Hb 11.6). Ao dizer que Zaqueu era um filho de Abraão, Jesus deve ter chocado seus ouvintes, que não deviam ter gostado de reconhecer que aquele publicano impopular era um irmão e que um filho de Abraão pudesse perder-se. Apesar de Zaqueu ser um trapaceiro e renegado, Jesus o amou e, em resposta, esse cobrador de impostos se converteu (Lc 19.1-10).

O pecado nos escraviza, controla, domina e dita nossas atitudes. Jesus pode libertar-nos desta escravidão que nos impede de tornarmo-nos a pessoa que Ele planejou que fôssemos. Jesus é a fonte da verdade, o padrão perfeito daquilo que é correto. Ele nos liberta das consequências do pecado, do engano que infligimos a nós mesmos e do erro a que nos induz Satanás. Jesus nos mostra claramente o caminho da vida eterna com Deus (Jo 14.6).

Podemos ter um relacionamento com Deus através da confiança nEle. Nossas atitudes externas – frequência à igreja, orações, boas obras – não nos justificarão diante de Deus. Um relacionamento correto é baseado na fé – a confiança interior de que Deus é quem Ele diz ser e que irá cumprir todas as Suas promessas. As ações corretas virão naturalmente como consequências (Ef 4.22,24; 5.8).

Em toda sociedade, certos grupos de pessoas são consideradas intocáveis ou indesejáveis, por causa de suas opiniões políticas, de seu comportamento imoral ou estilo de vida. Não devemos ceder à pressão social que nos força a evitar tais pessoas. Jesus as ama. Ele veio salvar todos os perdidos, a despeito do passado ou estilo de vida que cada um teve anteriormente. Por meio da fé, os perdidos podem ser perdoados e transformados em novas criaturas (2Co 5.17).Todos aqueles que têm a fé em Cristo, em qualquer época e de qualquer nação, compartilham a bênção de Abraão como se também fossem seus filhos (Gl 3.9,29).