quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Filhos de Abraão.

Lc 19.9
E disse-lhe Jesus: Hoje, veio a salvação a esta casa, pois também este é filho de Abraão”.

Deus quis separar uma nação para Si mesmo, uma nação que falaria ao mundo a Seu respeito. Ele começou com um homem de fé que, embora idoso e sem filhos, creu na promessa de Deus de ter descendentes. A promessa que Deus fez a Abraão dizia que o patriarca seria pai de muitas nações (Gn 17.2-4) e que o mundo inteiro seria abençoado através dele (Gn 12.3).

Ser judeu significava fazer parte da família de Deus e ser herdeiro de todas as Suas promessas. Eles tinham muitas vantagens: a lei, a revelação da vontade de Deus, fora-lhes confiada (Ex 19-20); eram os beneficiários da aliança com Deus (Gn 17.1-16); Israel foi o povo através do qual o Messias veio à terra (Mt 1.1-17). Mas esses privilégios não os faziam melhores do que os outros povos (Rm 3.9). Na verdade, por causa desses benefícios, os judeus eram ainda mais responsáveis por viver de acordo com os mandamentos de Deus (Lc 12.48).

Eles sentiam orgulho de serem chamados filhos de Abraão (Mt 3.9). Os líderes religiosos eram filhos hereditários de Abraão (o fundador da nação judaica) e, portanto, afirmavam ser filhos de Deus. Paulo declarou que ninguém pode afirmar ter sido escolhido por Deus por causa de sua herança biológica ou de suas boas obras (Rm 3.23; 11.32). O Senhor nos salva por Sua bondade e misericórdia, não por nossos méritos (Tt 3.3-7). Ser membro da família de Deus é algo que se baseia em qualidades interiores e não exteriores. O Espírito Santo lhe dá uma nova vida e ele passa a viver em uma união vital com Cristo (Cl 2.6,7).

Uma pessoa não é salva porque nasceu em uma boa família nem condenada devido a uma herança ruim; a fé é mais importante do que a genealogia (Hb 11.6). Ao dizer que Zaqueu era um filho de Abraão, Jesus deve ter chocado seus ouvintes, que não deviam ter gostado de reconhecer que aquele publicano impopular era um irmão e que um filho de Abraão pudesse perder-se. Apesar de Zaqueu ser um trapaceiro e renegado, Jesus o amou e, em resposta, esse cobrador de impostos se converteu (Lc 19.1-10).

O pecado nos escraviza, controla, domina e dita nossas atitudes. Jesus pode libertar-nos desta escravidão que nos impede de tornarmo-nos a pessoa que Ele planejou que fôssemos. Jesus é a fonte da verdade, o padrão perfeito daquilo que é correto. Ele nos liberta das consequências do pecado, do engano que infligimos a nós mesmos e do erro a que nos induz Satanás. Jesus nos mostra claramente o caminho da vida eterna com Deus (Jo 14.6).

Podemos ter um relacionamento com Deus através da confiança nEle. Nossas atitudes externas – frequência à igreja, orações, boas obras – não nos justificarão diante de Deus. Um relacionamento correto é baseado na fé – a confiança interior de que Deus é quem Ele diz ser e que irá cumprir todas as Suas promessas. As ações corretas virão naturalmente como consequências (Ef 4.22,24; 5.8).

Em toda sociedade, certos grupos de pessoas são consideradas intocáveis ou indesejáveis, por causa de suas opiniões políticas, de seu comportamento imoral ou estilo de vida. Não devemos ceder à pressão social que nos força a evitar tais pessoas. Jesus as ama. Ele veio salvar todos os perdidos, a despeito do passado ou estilo de vida que cada um teve anteriormente. Por meio da fé, os perdidos podem ser perdoados e transformados em novas criaturas (2Co 5.17).Todos aqueles que têm a fé em Cristo, em qualquer época e de qualquer nação, compartilham a bênção de Abraão como se também fossem seus filhos (Gl 3.9,29).