“... Senhor, ensina-nos a orar...”.
Jesus frequentemente procurava
estar a sós com Deus. Lucas ressalta mais do que os outros Evangelhos a prática
da oração na vida e na obra de Jesus: quando o Espírito Santo desceu sobre Ele
no Jordão, estava orando (Lc 3.21); antes de escolher os doze apóstolos passou
a noite em oração (Lc 6.12); ficou orando em particular antes de fazer uma
pergunta importante aos Seus discípulos (Lc 9.18); por ocasião da Sua
transfiguração, Ele subiu ao monte “a orar” e Sua transfiguração ocorreu
“estando Ele orando” (Lc 9.28,29); no Getsêmani, Ele “orava mais intensamente”
(Lc 22.44); na cruz, orou por Seus inimigos (Lc 23.34); e Suas últimas palavras
antes de morrer foram uma oração (Lc 23.46); orou depois da Sua ressurreição
(Lc 24.30).
O recurso mais poderoso do
cristão é a comunhão com Deus, através da oração (Hb 4.16). Você já teve
dificuldade em saber como orar? Os discípulos precisaram aprender e Jesus os
ensinou: pelo Seu exemplo (Lc 11.1); por uma oração modelo ou oração do Senhor (vv.
2-4); por uma parábola (vv. 5-8); por uma promessa (vv.9-10) e por uma
ilustração (vv. 11-13).
A oração (Lc 11.2-4) requer filiação (v.2): “Pai” (Gl 4.4-7; Jo
1.11,12; 1Jo 3.1); amor reverente (v.2):
“santificado seja o Teu nome” – Em
nossas orações e em nosso viver diário, devemos ter o máximo zelo com a
reputação de Deus, da Sua Igreja, do Seu evangelho e do Seu Reino (2Co 3.3;
6.3; Mt 18.7); ansiedade pelo reino, evangelização
(v.2): “Venha o Teu Reino” – A
chegada do Reino é o começo da destruição do domínio de Satanás (Lc 11.21-22) e
do livramento da humanidade das forças demoníacas (1Jo 3.8) e do pecado (Rm 6).
Ele foi inaugurado aqui na terra quando o próprio Deus mudou o rumo da História
ao manifestar-se na forma de homem (Fp 2.6-7). Hoje, Jesus Cristo reina no
coração dos crentes (Lc 17.20,21), mas o Reino celestial não estará
completamente estabelecido até que todo o mal no mundo seja julgado e removido.
Então Jesus apresentará a Deus um mundo novo e perfeito (Ap 21.1-3); Comunhão diária (v.3): “Dá-nos cada dia o nosso pão cotidiano”
– a nossa existência diária depende exclusivamente da provisão divina (ver Ex
16.21); arrependimento juntamente com
seu fruto benignidade (v.4): “Perdoa-nos
os nossos pecados, pois também nos perdoamos a qualquer que nos deve” – O
perdão é a base de nosso relacionamento com Deus. Quando não perdoamos aos
outros negamos nossa condição de pecadores que precisamos do perdão de Deus e não
apreciamos a misericórdia de Deus a nosso favor (Rm 4.25; Ef 4.32); dependência do Senhor na luta (v.4): “E não nos conduzas em tentação, mas
livra-nos do mal” – Por sabermos que a prova virá, devemos estar em alerta
e prontos (Mt 26.41). Ele prometeu que não permitirá que sejamos tentados além
daquilo que podemos suportar (1Co 10.13).
Na parábola do amigo importuno (vv. 5-8), aprendemos que depende de
amizade – de haver boas relações entre quem pede e quem dá e é ocasionada por
uma necessidade, talvez imprevista, mas sempre além dos nossos poderes. A oração perseverante é considerada como fé
(Lc 18.8).
Por uma promessa (vv. 9-10) – A resposta é certa à oração sincera,
definida e perseverante.
Na ilustração elaborada por Jesus (vv. 11-13), um filho pede ao pai
pão, peixe e ovo, alimentos bons e necessários, e recebe. Às vezes, oramos a
Deus, pedindo-lhE algo que nos parece bom, mas são “serpentes”; Ele não nos dá,
embora persistamos em nossas petições. A dádiva mais importante que o Senhor
poderia dar-nos é o Espírito Santo (ver Rm 8.26,27).
Certifique-se de que todas as
suas decisões importantes tenham sido apresentadas a Deus em oração. Ele
prometeu nos atender. (Ver também Mt 6.33; Jo 15.7 e 1Jo 3.22).