“Então, Noemi disse à sua nora: Bendito seja do Senhor, que ainda não tem deixado a sua beneficência nem para com os vivos nem para com os mortos. Disse-lhe mais Noemi: Este homem é nosso parente chegado e um dentre os nossos remidores”.
Quando alguém diz: “deixe-me
contar sobre a minha sogra”, esperamos algum tipo de declaração negativa ou
anedota humorística, pois muitas delas têm sido alvo de ridicularização ou
comédia. O livro de Rute, porém, conta uma história diferente. Ela amou a mãe
de seu esposo, Noemi. Recentemente viúva, Rute implorou ficar com sua sogra
onde quer que ela fosse, embora isto significasse deixar sua própria pátria (Rt 1.16).
Não é dito muito sobre Noemi a
não ser que amava e cuidava das noras (Rt 1.8,9). Obviamente, a vida dela foi
um poderoso testemunho para a realidade do Senhor. Rute foi atraída para ela –
e para o Deus dela. Nos meses que se sucederam, o Todo-poderoso levou esta
jovem viúva moabita a um homem chamado Boaz, com quem posteriormente se casou.
Como resultado, ela se tornou bisavó de Davi e ancestral do Messias (Rt 4.17).
O livro de Rute é também a
história da graça de Deus em meio às difíceis circunstâncias. Este fato ocorreu
no tempo de juízes – um período de desobediência, idolatria e violência. Mesmo
no momento de crise e o mais profundo desespero, existem aqueles que seguem a
Deus e através deles o Senhor opera maravilhas.
Não importa quão
desencorajador ou antagônico possa parecer o mundo, sempre haverá pessoas que
temem a Deus. Ele usará qualquer um que esteja pronto a receber seus
propósitos. Rute era moabita, e Boás, descendente de Raabe, uma antiga
prostituta de Jericó. Não obstante, sua linhagem deu origem à família através
da qual o Messias veio ao nosso mundo.
Quando conhecemos Rute, ela é
uma viúva sem perspectiva de vida (Rt 2.2). Acompanhamos sua união com o povo
de Deus, a colheita no campo e o risco de sua honra na eira de Boaz. Finalmente
a vemos tornar-se esposa dele (Rt 4.13). Um retrato de como chegamos a Cristo.
Começamos sem esperança e
somos estrangeiros rebeldes sem parte no reino de Deus (Ef 2.12). Então, quando
arriscamos tudo e colocamos nossa fé em Cristo, Deus nos salva, perdoa,
reconstrói nossas vidas e nos concede bênçãos que durarão por toda a eternidade
(Tt 3.4-7).
O parente remidor era aquele
que se oferecia para assumir a responsabilidade pela preservação da família.
Quando uma mulher ficava viúva, a lei determinava que ela se casasse com o
irmão de seu marido falecido (Dt 25.5-10). Noemi não possuía mais filhos. Neste
caso, o parente mais próximo do morto podia se tornar o remidor da família e
casar-se com a viúva.
A redenção de Rute através de
Boaz é um retrato da nossa remissão através de Cristo. Ele é o nosso remidor
que, apesar de ser Deus, veio ao mundo como homem, a fim de nos salvar. Por Sua
morte na cruz, Ele nos redimiu do pecado e da desesperança e assim nos comprou
para si (1Pe 1.18,19).