Et 6.1
Naquela noite o rei não
conseguiu dormir; por isso ordenou que trouxessem o livro das crônicas do seu
reinado, e que o lessem para ele.
O livro de Ester registra um
acontecimento de vital importância ocorrido entre os judeus que se encontravam
na Pérsia, entre os anos 483-473 a.C. Tem início com a rainha Vasti se
recusando a obedecer a uma ordem do seu marido, o rei Assuero. Vasti foi
posteriormente destituída, e teve início à busca da parte do rei, por uma nova
rainha (ver Et 2.1-4).
Ester – cresceu na cidade de
Susã, capital da Pérsia. Ainda muito jovem, ficou órfã de pai e mãe e foi
educada ali por um parente próximo, chamado Mardoqueu, um judeu com força de
caráter, convicções religiosas e confiança no seu Deus. A beleza e o caráter de
Ester conquistaram o coração do rei, e assim ele a fez sua rainha (ver Et
2.17).
Hamã – era descendente do rei
Agague, um inimigo dos judeus. Sendo o primeiro ministro da Pérsia, era um
líder extremamente arrogante. Adorava o poder e o prestígio da sua posição.
Quando viu que Mardoqueu não se curvava nem se prostrava perante ele, ficou
muito irado. Planejou, pois, uma vingança cruel, consistindo não só na morte de
Mardoqueu, mas na matança de toda a população judaica espalhada por todo o
império persa (ver Et 3.5,6).
Quando tudo parecia tenebroso em
absoluto, uma série de coincidências aparentemente insignificantes marca o
ponto crucial que começa a apresentar soluções à história.
Mardoqueu, em outro tempo, havia
descoberto uma conspiração de assassinato contra o rei. Ele agiu com lealdade
avisando à rainha Ester, e assim salvou a vida do monarca (ver Et 3.21-23).
Em uma noite de insônia, o rei
Assuero decidiu rever a história do seu reino. Na leitura dos documentos
históricos, o rei deparou com a trama de assassinato impedida por Mardoqueu.
Surpreso ao ver que ele não havia sido recompensado por seu feito, o rei
perguntou a Hamã, o que deveria ser feito a um herói de forma justa. Ao pensar
que o rei estivesse se referindo a ele, descreveu uma generosa recompensa (ver
Et 6.8,9).
Hamã não foi apenas impedido de
matar Mardoqueu, como também teve que sofrer humilhação de vê-lo ser honrado
publicamente. Após algumas horas, ele morreu na forca que havia construído para
Mardoqueu (ver Pv 26.27), e seu plano de extermínio dos judeus foi frustrado
(ver Et 7.9,10).
Uma característica notável do
livro de Ester é a total ausência de referência a Deus, porém, o Seu governo
soberano é pressuposto a cada passo (ver Et 2.17,21, 23; 4.14,16; 6.1,2;
7.9,10).
As Escrituras nos ensinam que
Deus nos colocou onde estamos para cumprirmos os propósitos dEle. Ester e Mardoqueu são exemplos poderosos desta
verdade. Deus combinou caráter e circunstâncias para realizar grandes coisas. Mardoqueu
que tinha sido efetivamente condenado à morte, tornou-se a segunda pessoa no
comando do governo persa (ver Et 10.3). A importância da rainha Ester vê-se,
não somente no fato de salvar o seu povo da destruição, mas também por
conseguir para esse povo, segurança e respeito num país estrangeiro (ver Et
9.29-31).
Deus não mudou seu estilo de
trabalho. Ele está usando as situações que você enfrenta a cada dia para tecer
um padrão de santidade em seu caráter.
Assim como Ester e Mardoqueu, nós também
podemos acreditar no favor de Deus e confiar que Ele está no controle, mesmo
quando as circunstâncias parecem indicar o contrário.