“Suba a minha oração perante a Tua face como incenso, e seja o levantar das minhas mãos como o sacrifício da tarde”.
Caim e seus descendentes foram os cabeças da civilização humana até hoje desviada de Deus. A motivação básica de todas as sociedades humanistas está em superar a maldição, buscar o prazer e reconquistar o “paraíso”, sem submissão a Deus. Noutras palavras, o sistema mundial fundamenta-se no princípio da auto redenção da raça humana, na sua rebelião contra Deus. Os familiares de Caim se organizaram e dirigiram suas vidas em torno das artes e empreendimentos seculares, e instituíram um modo de vida voltado para a altivez e a arrogância: “E saiu Caim de diante da face do Senhor e habitou na terra de Node, da banda do oriente do Éden” (Gn 4.16). A família de Sete, ao contrário, “invocava o nome do Senhor”, expressando assim a sua dependência dEle (Gn 4.26).
A oração é o meio pelo qual nos aproximamos de Deus. Essa atividade é descrita como invocar a Deus “Eu Te invocarei, ó Deus, pois me queres ouvir ...” (Sl 17.6), invocar o nome do Senhor (Gn 4.26), clamar ao Senhor “Com a minha voz clamei ao Senhor; Ele ouviu-me desde o Seu santo monte” (Sl 3.4), levantar nossa alma ao Senhor “A Ti Senhor, levanto a minha alma” (Sl 25.1), buscar ao Senhor “Buscai ao Senhor enquanto se pode achar ...” (Is 55.6), aproximar-se do trono da graça com confiança “Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno” (Hb 4.16) e chegar perto de Deus “cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé; tendo o coração purificado da má consciência e o corpo lavado com água limpa,” (Hb 10.22).
No templo usava-se um incensário cheio de carvão em brasa durante as cerimônias de adoração. O incenso, quando despejado sobre o carvão, desprendia fumaça com perfume adocicado; essa fumaça simbolizava as orações dos crentes que subiam para Deus (ver Ex 30.7-9 e Ap 8.3).
Para ser eficaz, a oração precisa satisfazer certos requisitos:
Ter fé genuína: “E tudo o que pedirdes na oração, crendo, o recebereis” (Mt 21.22). Jesus disse que tudo é possível se crermos, porque nada é difícil para Deus. Não podemos ter imediatamente tudo o que pedimos a Ele, mas, com fé, podemos ter tudo o que precisamos para servi-lO. Deve ser feita em nome de Jesus: “E tudo quanto pedirdes em meu nome, eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho”. (Jo 14.13). Não podemos usar o nome de Jesus como uma fórmula mágica para realizar os nossos desejos egoístas. Orar em nome de Jesus equivale a dizer que Ele ouvirá qualquer oração como Ele mesmo oraria. É orar em harmonia com Sua pessoa, caráter e vontade, com fé em Cristo “E, pela fé no seu nome, fez o seu nome fortalecer a este que vedes e conheceis” (At 3.16), na Sua autoridade e com fim de glorificar tanto o Pai como o Filho. Ele reafirma esta verdade no versículo seguinte, dizendo: “Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei” (v.14).
A oração só poderá ser eficaz se feita segundo a perfeita vontade de Deus: “E esta é a confiança que temos nEle: que, se pedirmos alguma coisa, segundo a Sua vontade, ele nos ouve” (1Jo 5.14). Uma das petições da oração modelo de Jesus, o Pai Nosso, confirma este fato: “Seja feita a Tua vontade, tanto na terra como no céu” (Mt 6.10). Em muitos casos, conhecemos a vontade de Deus pelo que está revelado nas Escrituras. Noutras ocasiões, ela fica clara somente à medida que a buscamos sinceramente. Uma vez conhecida a Sua vontade a respeito de um determinado assunto, podemos orar com confiança e fé; Ele nos ouvirá.
Perseverança: “Orai sem cessar” (1Ts 5.17). A constância na oração significa manter nossos pedidos continuamente diante de Deus, enquanto vivemos para Ele a cada dia, crendo que nos responderá. Se Deus parecer distante, persista em buscá-lO. Ele recompensa àqueles que O buscam sinceramente. Jesus prometeu: “O que busca encontra” (Mt 7.8). O salmista Davi sugeriu um valioso caminho para encontrar Deus: familiarizar-se com o modo como Ele ajudou o seu povo no passado: “Lembrai-vos das maravilhas que fez, dos Seus prodígios e dos juízos da Sua boca” (Sl 105.5).
Ao vivermos pela fé, não devemos desistir. Deus pode demorar em responder, mas essa demora sempre tem boas razões. Quando perseveramos em oração, crescemos em caráter, fé e esperança.