terça-feira, 25 de outubro de 2011

Louvor na tempestade.

Sl 34.1
“Louvarei ao Senhor em todo o tempo; o seu louvor estará continuamente na minha boca”. 

A música e o cântico faziam parte integrantes da cultura de Israel. Certos levitas foram designados para louvar e oferecer ação de graças a Deus de modo contínuo (1Cr 16.4). O louvor consiste em expressar a Deus nosso apreço por compreendermos o Seu valor. O chamado para louvar a Deus ecoa por todo o Novo Testamento. O próprio Jesus louvou a Seu Pai celestial (Mt 11.25). Paulo espera que todas as nações louvem a Deus (Ef 1.3) e em Apocalipse João descreve uma cena no céu: uma grande multidão de pessoas proveniente de todas as nações que foram salvas mediante a fé em Jesus Cristo, e os anjos louvando e bendizendo o nome do nosso Deus (Ap 7.9-12).

A confiança em Deus leva à esperança tranquila (Lm 3.26). Esperança significa ir além de nossas desagradáveis experiências diárias e alcançar a alegria de conhecer a Deus. Dois tipos de alegria são contrastados no Sl 4.7: a que vem de conhecer e confiar em Deus e a que vem como resultado de circunstâncias agradáveis. A primeira será constante se confiarmos em Deus; é a certeza de que Deus está presente, não importa o que aconteça! A segunda é circunstancial, portanto imprevisível. A alegria espiritual derrota o desânimo; a circunstancial apenas o encobre. A felicidade depende de acontecimentos, mas a alegria depende de Cristo (Jo 16.22). Podemos senti-la mesmo nos infortúnios. Ela não se origina de circunstâncias exteriores, mas da força interior (Ne 8.10), e age como um forte para nos guardar das aflições e tentações de todos os dias e como poder e motivação para perseverarmos na fé, até o fim. O louvor é uma das atribuições dos anjos e é privilégio do povo de Deus.

Lucas relata em Atos 16.22-26, um incidente na vida de Paulo e Silas, e como a alegria deles precedeu e precipitou uma reviravolta “repentina”. Aqueles homens de Deus exercitaram o poder da alegria em meio a circunstâncias muito difíceis. Eles haviam sido despidos, açoitados e lançados na prisão, e, no entanto, nada haviam feito de errado. Naquela situação deprimente, eles demonstraram uma alegria sobrenatural que ficou visível por meio de suas orações e canções. O contentamento deles não poderia ter sido uma resposta natural porque não havia nenhum aspecto natural no qual pudesse se alegrar. Como consequência de ter visto em primeira mão aquele comportamento sobrenatural de Paulo e Silas, o carcereiro foi salvo (ver At 16.27-34). Creio que mais pessoas no mundo receberão a salvação que espera por elas quando os servos de Deus verdadeiramente começarem a expressar sua alegria por terem sido salvos por Jesus. O louvor e a ação de graças devem ser uma parte constante em nossa vida cotidiana e não uma prática reservada somente para as ocasiões de celebrações. Louve a Deus continuamente, e você perceberá as bênçãos do Senhor em sua vida.

Vivemos por meio de nossa confiança nEle, não pelos benefícios, felicidade ou sucesso que possamos experimentar nesta vida. Habacuque testifica que servia a Deus não por causa das suas dádivas, mas porque o Senhor é Deus. Afirmou que até mesmo nos tempos de fome e perda ele ainda se regozijaria no Senhor (Hc 3.17,18). Os sentimentos do profeta não eram controlados pelos eventos ao seu redor, mas pela fé na habilidade que Deus tem de nos fortalecer. Quando nada mais fizer sentido, e as dificuldades parecerem maiores do que você possa suportar, lembre-se de que o Senhor é aquele que nos dá forças para prosseguir. Tire seu olhar de suas dificuldades e olhe para Deus.

Em nosso mundo invadido pelo pecado, a calamidade e o sofrimento sobrevêm tanto aos bons quanto aos maus. Isto não significa que Deus seja indiferente, descuidado, injusto ou não tenha poder para nos proteger. As coisas ruins acontecem porque vivemos em um mundo caído, onde todos são atingidos pelas trágicas consequências do pecado. Deus permite o mal por um tempo, embora Ele o reverta para o nosso bem (Rm 8.28). Podemos não saber por que Deus o permite, mas podemos estar certos de que Ele é o Todo Poderoso, e sabe o que está fazendo. Jó era um modelo de confiança e obediência a Deus (Jó 1.1); ainda assim Deus permitiu que Satanás o atacasse de forma especialmente cruel. Embora Deus nos ame crer nEle e obedecê-lO não nos isenta de calamidades na vida. Na primeira etapa das provas de Satanás, Jó perdeu as posses e a família, mas reagiu de forma justa para com Deus reconhecendo-lhE a soberania e a autoridade sobre tudo o que lhe dera, e O bendisse: ”nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o Senhor o deu e o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor” (Jó 1.21).

Em meio ao silêncio de Deus, devemos persistir em conhecê-lO e experimentar uma manifestação maior do Espírito Santo (Os 6.1-3). Não devemos desanimar, mas, sim, por nossa esperança em Deus e confiar no Seu imutável amor. Deus considera o louvor como um sacrifício santo a Ele: “Portanto, oferecemos sempre, por Ele, a Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o Seu nome” (Hb 13.15). Começar qualquer tarefa louvando a Deus pode nos inspirar a dar-lhE o melhor de nós. Como cristãos, não devemos confiar no que temos ou experimentamos, mas no Cristo que está dentro de nós. Desenvolva a prática de louvar a Deus, e você experimentará maior alegria e força para enfrentar quaisquer desafios.