quarta-feira, 1 de julho de 2015

Deus seja louvado


Sl 104.1 
“Bendiga o Senhor a minha alma! Ó Senhor, meu Deus, tu és tão grandioso!

Este salmo é um hino ao Criador. O autor pré-exílico utiliza-se do grande tema que é a criação visível ao seu redor – o manto radiante e majestoso com que o Criador se vestiu a fim de demonstrar a sua glória (Sl 104.1,2; ver também Sl 19.1).

Com base no primeiro capítulo de Gênesis, o poeta faz uma adaptação daquele relato ao seu propósito, dando seqüência ao próprio desígnio. Enquanto Gênesis Cap. 1 relata a criação como a primeira obra de Deus no princípio, o poeta contempla a criação diante dos seus olhos e canta a glória do seu Criador e Sustentador (Sl 104.31).

A primeira estrofe (Sl 104.2-4), fala do âmbito celestial – luz, céus, nuvens, ventos e os raios da tempestade, aqui personificados como mensageiros para cumprir uma determinação divina (ver Sl 147.15). A segunda estrofe (vv. 5-9), fala do âmbito terrestre – canta a respeito dos fundamentos sólidos e fronteiras seguras da terra. A terceira estrofe (vv. 10-18) – celebra a vida luxuriante na terra, como jardim florescente de vida: a dádiva das águas regando os montes e saciando a terra (ver também Gn 1.21, 30-31). A quarta estrofe (vv. 19-23) – fala a respeito dos ciclos da vida na terra, governados pelo sol e pela lua (ver também Gn 1.16-18). A quinta estrofe (vv. 24-26) – fala do âmbito marinho: o mar e inúmeras criaturas pequenas e grandes (ver também Gn 1.20,21). A sexta estrofe (vv.27-30) – relata como Deus mantém a vida na terra.

Toda a sua criação dá testemunho da soberania, do poder, do cuidado amoroso e da fidelidade do Deus que a criou. Nada existe que não seja objeto do cuidado específico do Criador (ver também Mt 6.26).

A terra está edificada sobre os fundamentos que Deus estabeleceu para ela (Sl 104.5,9; ver também 93.1; 96.10). A ordem e as estações da terra continuam preservadas, e o arco-íris ainda nos lembra a fidelidade de Deus para com a sua palavra (ver Gn 9.8-17). Nunca mais será ceifada nenhuma forma de vida pelas águas de um dilúvio. Nunca será movida por ninguém, apenas por Deus. Ele garante a sua permanência. Embora saibamos que um dia os céus e a terra serão destruídos (2Pe 3.19), Deus criará outros que durarão para sempre (ver Is 65.17; Ap 21.1).

Maravilhado diante do modo soberano de Deus ordenar a criação e motivado pela sua magnificência, o poeta conclui o salmo com um voto de louvor irrestrito: “Cantarei ao Senhor toda a minha vida; louvarei ao meu Deus enquanto eu viver” (v. 33).

Deus não é apenas o coordenador das forças naturais. É o Criador, Sustentador e Dono do mundo inteiro. Quando compreendemos o seu poder, percebemos que Ele é suficiente para governar a nossa vida. Merece, portanto, o louvor de todas as pessoas por tudo o que criou!