“Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”.
De acordo com o sistema sacrificial do Antigo Testamento, um cordeiro sem defeito era sacrificado no Templo pelos pecados do povo. Deus assim o requeria pelo pecado por ignorância, fraqueza ou involuntariamente, para que o perdão fosse concedido. Ele gratuitamente lhes perdoava por causa de sua fé nEle e porque obedeciam às Suas ordens relativas ao sacrifício. Pecados deliberados e insolentes, por outro lado, eram punidos com a pena de morte (ver Hb 10.28). Tais sacrifícios antecipavam o dia em que Cristo removeria completamente o pecado.
A verdadeira purificação do pecado veio com Jesus, o “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29). O pecado, por sua natureza, traz morte – este é um fato tão certo quanto a lei da gravidade. Jesus não morreu por seus próprios pecados; Ele não tinha nenhum (2Co 5.21). Em vez disso, por uma transação que podemos nunca vir a entender completamente, Ele morreu pelos pecados do mundo. O “pecado do mundo” significa o pecado de cada ser humano. Quando entregamos e comprometemos nossa vida a Cristo, e deste modo nos identificamos com Ele, Sua morte se torna a nossa. Como nosso substituto, Ele sofreu o castigo que merecíamos, e pagou a penalidade dos nossos pecados – a penalidade da morte, como está escrito “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 6.23).
A vida eterna é uma dádiva de Deus, portanto, não é algo que provenha de nossos méritos (ver Ef 2.8,9). Ele nos salvou por sua misericórdia (ver Tt 3.5). É a expressão do amor de Deus por nós, para sempre (ver Jo 3.16). Algumas pessoas rejeitam a ideia da vida eterna, porque a atual é miserável. Mas a vida eterna não é uma extensão da vida terrena, miserável e mortal; nela não há morte, doença, inimigos, mal ou pecado; é a vida de Deus, personificada em Cristo, que foi dada a todos os que creem como uma garantia de que viverão para sempre.
Jesus Cristo é representado no Apocalipse, tanto como um Leão (simbolizando Seu poder e autoridade) quanto como um Cordeiro (simbolizando Sua submissão à vontade de Deus). Na visão de João (Ap 5), um dos anciãos o convida a olhar para o Leão, mas, ao olhar, João vê um Cordeiro (vv. 5,6). Cristo, aparecendo como um Cordeiro que leva as marcas de ter sido morto mostra que Ele ofereceu-se a Si mesmo no Calvário para expiar os pecados da raça humana. Embora Cristo seja o Cordeiro sacrificial, não é, de modo algum, frágil. Ele foi morto, mas vive agora no poder e na força de Deus. O poder que trouxe o universo à existência, e que o mantém funcionando, é o mesmo poder que cancela todos os nossos pecados.
A recompensa do pecado é a morte eterna. Isso é tudo que se pode esperar ou receber de uma vida sem Deus. Mas, ao escolher Cristo como seu Senhor, o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo, você recebe a dádiva da vida eterna, uma existência com Deus, que começa na terra e continua pela eternidade. Ele fez a primeira escolha: amar-nos e morrer por nós, para nos convidar a viver com Ele para sempre. Resta-nos aceitar ou rejeitar a Sua oferta. Quando não conhecemos a Cristo, fazemos escolhas como se esta vida fosse tudo o que temos, mas, na verdade, esta vida é somente uma ponte para a eternidade.
O trabalho de João Batista era indicar ao povo o Messias tão esperado. Ele disse: “Eis aqui o Cordeiro de Deus” (Jo 1.36). Essa frase aponta Cristo como o Salvador para todos. É necessário, porém, que cada pessoa se aproprie, pela fé, da expiação consumada.