“Jesus, vendo a multidão, subiu a um monte, e, assentando-se, aproximaram-se dele os seus discípulos; e, abrindo a boca, os ensinava”.
Grandes multidões seguiram Jesus. Ele era o principal assunto da cidade. Todos queriam vê-lO. Os discípulos, os companheiros mais íntimos deste homem popular, certamente foram tentados a sentirem-se importantes, orgulhosos e possessivos. Estar com Jesus não apenas lhes garantia prestígio, mas também poderia constituir-se numa oportunidade para receberem dinheiro e poder. As multidões se reuniam mais uma vez, porém antes de dirigir-se a tão grande número de ouvintes, Jesus chamou seus discípulos à parte e os advertiu sobre as tentações que enfrentariam como companheiros dEle.
Em seu mais longo sermão registrado (ver Mt 5-7), Jesus começou descrevendo as características que procurava em seus seguidores. Chamou de bem-aventurados os que possuíam tais particularidades, porque Deus tem algo especial reservado para eles. Nesse sermão, Jesus revelou seu pensamento em relação à lei. Desafiou os líderes religiosos daquela época, orgulhosos e legalistas e os chamou de volta às mensagens dos profetas do Antigo Testamento os quais também ensinaram que a obediência é mais importante do que a aplicação leviana da lei. No Sermão do Monte, Jesus deu instruções de como viver em seu Reino. Também contou muitas parábolas que enfatizam a diferença entre o Reino celestial e os reinos terrenos. Mostrou que, perdoar, ter paz com os semelhantes e amar os outros como a si mesmo são algumas das características que tornam alguém grande no Reino dos céus. Jesus veio para nos ensinar a viver como súditos fiéis de seu Reino.
Bem-aventurado é aquele que tem uma experiência de esperança e alegria, independentemente das circunstâncias exteriores. Implica o estado afortunado daqueles que fazem parte do Reino de Deus, e estende-se aos humildes de espírito – não sendo a simples falta de bens materiais que produz a humildade; os que choram, lamentando seus próprios pecados; os mansos, que se dobram à vontade de Deus; os que têm fome e sede de justiça – os que buscam a santidade que vem de Deus; os misericordiosos, que se compadecem do próximo; os limpos de coração, que têm uma santidade no íntimo; os pacificadores, que têm paz com Deus e a semeiam; os perseguidos, que sofrem qualquer sacrifício para permanecerem dentro da vontade de Cristo.
As bem-aventuranças não prometem riso, prazer ou prosperidade terrena. Não nos permite escolher aquelas que nos agradam e desprezar as demais. Devem ser consideradas como um todo, pois relacionam o que nós enfrentamos e como devemos agir como seguidores de Cristo. Elas são um código de ética para os discípulos e um padrão de conduta para todos os cristãos. Contrastam os valores do Reino, que é eterno, com os valores terrenos que são temporários; contrastam também a fé superficial dos fariseus com a fé real que Cristo exige; demonstram que as expectativas do Antigo Testamento cumprir-se-ão no novo Reino. As bem-aventuranças contradizem o estilo de vida da sociedade, mas, se a nossa meta é nos tornarmos parecidos com Jesus, o melhor modelo de virtudes, elas desafiarão diariamente o nosso modo de vida.
Se você deseja viver para Deus, deve estar pronto para dizer e fazer o que parece estranho para o mundo. Deve estar disposto a dar quando outros tomam; amar enquanto outros odeiam; ajudar quando outros abusam. Abrindo mão de seus direitos e benefícios a fim de servir os outros, um dia receberá tudo o que Deus tem reservado para você. Siga Jesus.