sábado, 5 de novembro de 2011

A excelência do amor fraternal.

Sl 133. 1-3
“Oh! Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união! É como o óleo precioso (...). Como o orvalho de Hermom (...); porque ali o Senhor ordena a bênção e a vida para sempre”.

Na Antiga Aliança, Deus estabeleceu o sacerdócio que era restrito a uma minoria qualificada. A intenção original era que Seu povo escolhido fosse um “reino de sacerdotes” (Ex 19.6); todos deveriam ser santos e manter um relacionamento com Deus. Mas, desde a queda de Adão, o pecado tem separado o homem de Deus, e as pessoas precisam de mediadores para ajudá-las a receber perdão. A princípio, os patriarcas – chefes de família como Abraão e Jó – eram os sacerdotes da casa, ou do clã, e faziam sacrifícios para a família. Quando os israelitas saíram do Egito, os descendentes de Arão, da tribo de Levi, foram escolhidos para servir à nação como sacerdotes.

Arão foi o primeiro sumo sacerdote de Israel. Como tal, representava o povo diante do Senhor, ao entrar no santuário (Ex 28.29), e anualmente no Lugar Santíssimo do Tabernáculo, no Dia da Expiação, para expiar os pecados de todo o povo (Ex 30.10). Arão e seus filhos eram lavados com água, vestidos com roupas especiais e ungidos com óleo, na cerimônia de consagração, a fim de que pudessem cumprir com a responsabilidade de realizar os sacrifícios diários, cuidar da manutenção do Tabernáculo e aconselhar as pessoas a seguirem a Deus (Ex 28.1ss). Tudo isso mostrava que a santidade vem apenas de Deus, e não da função de sacerdote. O óleo derramado sobre a cabeça do sacerdote simbolizava a presença e o poder do Espírito Santo (Ex 29.7).

À medida que participamos da graça de Cristo, somos todos feitos juntamente com Ele, filhos e filhas e co-herdeiros das bênçãos do Pai (Jo 1.11-13; Gl 4.4-7). Por causa dessa fraternidade, somos ensinados pelo Pai a nos amar uns aos outros: “Se Deus assim nos amou, também nós devemos amar uns aos outros” (1Jo 4.11). O amor deve ser a marca distintiva dos seguidores de Cristo: “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (Jo 13.35). Se não fizermos um esforço para influenciar o mundo ao nosso redor, seremos de pouco valor para Deus (Mt 5.13, 14,16; Fp 2.15).

Jesus sabia quão destrutivas poderiam ser as discussões entre os cristãos e, por isso, em Sua oração final antes de ser traído e preso, Ele pediu a Deus para que Seus seguidores “sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste” (Jo 17.21). À luz dessa verdade, Paulo nos desafia a viver de forma condizente com o chamado que recebemos (Ef 4.1-6). Abraão disse a Ló em Gn 13.8: “Ora, não haja contenda entre mim e ti e entre meus pastores e os teus pastores porque irmãos somos”. Para combater dissensões Paulo escreve aos irmãos de Corinto: “Rogo-vos, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que digais todos uma mesma coisa e que não haja entre vós dissensões; antes, sejais unidos, em um mesmo sentido e em um mesmo parecer” (1Co 1.10).

Um grupo de pessoas não concordará totalmente em todas as questões, mas todos podem trabalhar juntos harmoniosamente se houver: Altruísmo (sentimento de quem põe o interesse alheio acima do seu próprio) e consideração uns pelos outros; tolerância das convicções ou escrúpulos dos outros; simpatia para com as aspirações e interesse dos outros; acordo em querer promover os interesses da família; laço de parentesco natural, ou espiritual; amor comum aos pais, ou, no caso da irmandade cristã, o mesmo amor e obediência a Deus; amor fraternal, por todos pertencerem à mesma família (Mt 12.49,50; Fp 2.2-4).

Jesus é agora o nosso Sumo Sacerdote (Hb 7.26; 8.1), e não são mais necessários os sacrifícios porque Ele sacrificou a Si mesmo na cruz pelos nossos pecados. Agora podemos estar diretamente na presença de Deus, sem medo (Ef 3.12; Hb 4.16). Quando nos unimos a Cristo como membros de seu corpo, nos unimos à Sua obra sacerdotal de reconciliar as pessoas com Deus (2Co 5.18-21; 1Pe 2.9). A união fraternal, assim como o óleo da unção (Sl 133.2), indica a sincera dedicação ao serviço de Deus.

Como o orvalho de Hermom (Sl 133.3) – Hermom é o monte mais elevado da Palestina. É coroado pelas neves eternas que se espalham em longas fitas pelas suas encostas. Naquelas regiões, o orvalho faz os campos florescerem e produzirem boas ceifas. O orvalho representa a ação silenciosa e invisível das bênçãos divinas sobre o coração humano: “Goteje a minha doutrina como a chuva; destile o meu dito como o orvalho, como chuvisco sobre a erva e como gotas de água sobre a relva” (Dt 32.2). Como o orvalho faz os campos florescerem e produzirem boas ceifas, assim a bênção do Senhor descansa sobre o Seu povo transformando maldições em bênçãos, porque nos ama (Dt 23.5; Pv 10.22) e das alturas Ele ordena a vida eterna a qual ninguém tirará (Dt 28.8; Jo 10.28).
Deus seja louvado!!!