domingo, 20 de novembro de 2011

A transfiguração de Jesus.

Mt 17.1-9
Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro, e a Tiago, e a João, seu irmão, e os conduziu em particular a um alto monte. E transfigurou-se diante deles; e o seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes se tornaram brancas como a luz. E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com Ele. E Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus: Senhor, bom é estarmos aqui; se queres, façamos aqui três tabernáculos, um para Ti, um para Moisés e um para Elias. E, estando ele ainda a falar, eis que uma nuvem luminosa os cobriu. E da nuvem saiu uma voz que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; escutai-O. E os discípulos, ouvindo isso, caíram sobre seu rosto e tiveram grande medo. E, aproximando-se Jesus, tocou-lhes e disse: Levantai-vos e não tenhais medo. E, erguendo eles os olhos, ninguém viram, senão a Jesus. E, descendo eles do monte, Jesus lhes ordenou, dizendo: A ninguém conteis a visão até que o Filho do Homem seja ressuscitado dos mortos”.

Os judeus que estudavam as profecias do AT esperavam o Messias como um grande rei que os libertasse da dominação romana e trouxesse de volta os dias de glória da época de Davi e Salomão. A maioria deles esperava que o Messias fosse um grande libertador, um líder militar e político, como Alexandre, o Grande. Quando se tornou patente que o Messias não tinha vindo para satisfazer as expectativas do povo, muitos se revoltaram contra Ele, e não O reconheceram (Jo 1.11). Nossa compreensão e reconhecimento de Jesus devem ir além do que Ele pode fazer por nós aqui e agora!

Para muitos judeus, era um insulto, a declaração de Jesus em Mt 5.39b “se qualquer que te bater na face direita, oferece-lhe também a outra”. Qualquer pessoa que reivindicasse ser o Messias e desse a outra face ao agressor não seria o líder militar que Israel desejava para comandar uma revolta contra Roma. Quando alguém faz algo que nos prejudica, frequentemente, nossa primeira reação é desejar a vingança; mas Jesus ensinou a não retaliar os inimigos, mas que amando e orando por nossos adversários, podemos vencer o mal com o bem (Mt 5.44). O Sermão do Monte proferido por Jesus (Mt 5-7) desafiava os líderes religiosos daquela época, e os chamava de volta às mensagens dos profetas do AT, que, como Jesus, ensinaram que a obediência sincera a Deus é mais importante do que a aplicação leviana da lei.  O Reino do qual Jesus falava era em primeiro lugar espiritual, estabelecido no coração e na vida de cada crente:

Em certas ocasiões, Jesus dedicava Seu ministério para treinar cuidadosamente os discípulos. Ele conhecia a importância de prepará-los, para que pudessem dar continuidade à Sua missão, quando retornasse ao céu. Os três dos doze discípulos selecionados por Jesus (Pedro, Tiago e João), formavam o grupo mais íntimo de Jesus; estavam entre os primeiros que ouviram o chamado do Mestre (Mc 1.16-19). Seus nomes encabeçavam a relação dos discípulos, em Marcos 3.16,17; estiveram presentes em alguns episódios em que ocorreram curas, enquanto os demais foram deixados de fora (Lc 8.51).  Quando Jesus disse que alguns não morreriam sem ver o Reino, se referia a esses três discípulos que testemunhariam a transfiguração (Mt 16.27,28). Os ouvintes de Jesus não teriam de esperar por outro futuro Messias. O Reino estava entre eles, e logo viria com poder (Lc 17.21).

A maravilhosa reunião: O eterno Pai; o Redentor do mundo; o representante da Lei; o representante dos Profetas; o núcleo da Igreja cristã. Duas personagens da velha dispensação; três da nova, uma de todas as dispensações, e Deus sobre todos. A transfiguração foi uma revelação especial da divindade de Jesus; um breve lampejo da verdadeira glória do Rei (2Pe 1.16).  A presença de Moisés e Elias no monte confirma a missão messiânica de Jesus, que consistiu em cumprir a lei de Deus e as palavras dos profetas (Mt 5.17). Assim como a voz de Deus, ecoando da nuvem sobre o monte Sinai, conferiu autoridade à Sua lei (Ex 19.9), na transfiguração, validou a autoridade das palavras de Jesus. A voz de Deus exaltou a Jesus acima de Moisés e de Elias, os dois maiores vultos na história de Israel! Jesus foi apresentado como o tão esperado Messias, com plena autoridade divina. Moisés representava a lei, a antiga aliança. Ele escreveu o Pentateuco e predisse a vinda de um grande profeta (Dt 18.15). Elias representa os profetas que vaticinaram a vinda do Messias (Ml 4.5,6).

O objetivo da transfiguração foi sem dúvida: ensinar aos seus discípulos por visão ocular quem era Jesus – Deus manifesto em carne; encorajá-los diante da perspectiva da Sua crucificação e morte; antecipar a glória que mais tarde seria revelada no Seu Reino; receber do Céu o atestado divino ‘Este é meu Filho amado: a Ele ouvi’ e estabelecer nas mentes dos discípulos a Sua preeminência sobre Moisés e Elias.

Jesus pediu a Pedro, Tiago e João para não falarem sobre o que tinham visto, pois não entenderiam o acontecimento em sua plenitude até que Ele ressuscitasse dentre os mortos. Os discípulos precisavam entender com profundidade quem era Jesus e Sua missão antes de proclamarem o Evangelho. Mais tarde, compreenderiam que, só experimentando a morte, Jesus poderia demonstrar o poder que tem sobre esta, bem como a autoridade que tem por ser o Soberano.

A fé cristã exige que tenhamos as nossas convicções. Quando Jesus perguntou aos discípulos em Mt 16.15 “E vós, quem dizeis que eu sou?”, mostrou que Ele quer que assumamos uma posição. De forma clara, Deus identificou Jesus como Seu Filho, assim Pedro e os demais deveriam ouví-lO sempre, e não colocar em prática as ideias e os desejos próprios (Pv 3.5-7). A habilidade de seguir a Jesus vem da confiança sobre quem Ele é. Se cremos que Jesus é o Filho de Deus, com certeza desejaremos fazer o que Ele nos diz.