Sl 46.1-11
Deus é o nosso refúgio
e a nossa fortaleza, auxilio sempre presente na adversidade. 2- Por isso não
temeremos, ainda que a terra trema e os montes afundem no coração do mar, 3-
ainda que estrondem as suas águas turbulentas e os montes sejam sacudidos pela
sua fúria. [Pausa] 4- Há um rio cujos canais alegram a cidade de Deus, o Santo
Lugar onde habita o Altíssimo. 5- Deus nela está! Não será abalada! Deus vem em
seu auxílio desde o romper da manhã. 6- Nações se agitam, reinos se abalam; ele
ergue a voz, e a terra se derrete. 7- O Senhor dos Exércitos está conosco; o
Deus de Jacó é a nossa torre segura. [Pausa] 8- Venham! Vejam as obras do
Senhor, seus feitos estarrecedores na terra. 9- Ele dá fim às guerras até aos
confins da terra; quebra o arco e despedaça a lança; destrói os escudos com
fogo. 10- “Parem de lutar! Saibam que eu sou Deus! Serei exaltado entre as
nações, serei exaltado na terra.” 11- O Senhor dos Exércitos está conosco; o
Deus de Jacó é a nossa torre segura. [Pausa] NVI
Vv. 2, 3- “... não temeremos,
ainda que..., ainda que... e os montes sejam sacudidos pela sua fúria.” – O
salmista expressa sua calma confiança na habilidade e na capacidade de Deus
para salvar.
A presença de Deus era muitas
vezes acompanhada de uma demonstração impressionante de fenômenos e sons
meteorológicos – Um terremoto e uma tempestade surgiram quando Deus apareceu no
monte Sinai (ver Ex 19.16-18). E na travessia do Mar Vermelho, foi o mesmo Deus
da tempestade e do terremoto que “... afastou o mar e o tornou em terra seca,
com um forte vento oriental...” (Ex 14.21), a fim de retirar os israelitas da
escravidão do Egito.
V. 4- “Há um rio cujos canais
alegram a cidade de Deus...“ – “rio” aqui é uma metáfora para o contínuo
derramamento das revigorantes bênçãos de Deus, que tornavam a Cidade de Deus
semelhante ao Jardim do Éden. Muitas cidades grandes são atravessadas por rios,
que cooperam com o sustento das pessoas, tornando possível a agricultura e
facilitando o comércio com as outras cidades. (Ex. rios Albana e Farpar, em
Damasco; rio Nilo, no Egito, etc.). Jerusalém não possuía um rio, mas tinha a
Deus, que, como um rio, sustentava seu povo.
V. 5- “... desde o romper da
manhã” – O “romper da manhã” era a hora em que havia mais probabilidades de
ataques contra uma cidade. O socorro divino faz raiar a aurora do livramento e
dissipa a noite do perigo. Acontecimentos como a destruição da confederação
inimiga nos dias de Josafá (ver 2Cr 20) ou a matança dos assírios nos dias de
Ezequias (ver 2Rs 19. 35, 36) talvez tivessem presentes na mente do salmista.
V. 6- “Nações se agitam, reinos
se abalam; ele ergue a voz, e a terra se derrete” – O governo absoluto e eterno
do Senhor dedica-se à salvação total do seu povo e às suas bênçãos integrais e
puras – o consolo supremo num mundo em que as marés de ameaças parecem lançar
incerteza em tudo.
V. 10- “Parem de lutar! Saibam
que eu sou Deus” – A guerra e a destruição são inevitáveis, assim como a
vitória final de Deus. Aquele cuja voz outrora abalou a terra, agora promete:
“Ainda uma vez abalarei não apenas a terra, mas também o céu” (Hb 12.26). No
final o mundo se desintegrará, e somente o Reino de Deus permanecerá. Aqueles
que seguem a Cristo fazem parte deste Reino inabalável, e resistirão à
agitação.
O Salmo 46 está entre os salmos
que expressam a confiança que o crente tem na integridade de Deus e no conforto
da Sua presença, em ocasiões de instabilidade e insegurança.
Em Deus temos o poder e a
capacidade de enfrentar as incertezas e lutas da vida, pois Ele é o nosso
refúgio mesmo em meio à destruição total; não é somente um abrigo temporário;
Ele é o nosso refúgio eterno (ver Sl 73.26), e pode dar-nos forças sob
quaisquer circunstâncias.