“E, porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai”.
As Escrituras indicam claramente que os pais devem fazer tudo quanto podem para assegurar aos filhos uma educação santa e cristã, amando-os, orando por eles, dedicando-lhes tempo, protegendo-os das filosofias ímpias e dos princípios antibíblicos do mundo e ensinando-lhes diligentemente a Palavra de Deus e os padrões de retidão.
O profeta Malaquias expõe um dos maiores pecados do povo de Deus no Antigo Testamento: os pais não amarem devidamente seus filhos e filhas, para lhes ensinar os caminhos e mandamentos de Deus (ver Ml 4.6). Os pais piedosos normalmente cuidavam da instrução e da educação dos seus filhos. Esta tarefa era executada em casa, diretamente, ou colocando os filhos sob os cuidados de mestres piedosos escolhidos pelos pais.
Um dos alvos prioritários do evangelho é o recomeço de um correto relacionamento familiar entre pais e filhos, e filhos e pais. Mediante a pregação do arrependimento e o senhorio de Cristo nas vidas, os pais por sua retidão, dedicar-se-ão aos filhos. A pureza e a retidão do lar precisam ser mantidas. Doutra forma nossas famílias fracassarão.
Uma das tarefas do Espírito Santo é criar no filho de Deus a convicção da filiação e de amor filial que o leva a conhecer a Deus como Pai. O termo “Aba” é aramaico e significa “Pai”. Era a palavra que Jesus empregava quando se referia ao Pai celestial. A combinação da palavra aramaica Abba com a palavra grega que significa “Pai” (gr. Pater), expressa a grande intimidade, a profunda emoção, o anelo, o afeto e a confiança mediante os quais o Espírito Santo nos leva a clamar a Deus. Dois sinais determinantes da obra do Espírito Santo dentro de nós são o nosso apelo espontâneo a Deus como “Pai” e a nossa obediência espontânea a Jesus como “Senhor”.
A verdade que Deus é nosso Pai celestial e que nós somos seus filhos é uma das maiores revelações do Novo Testamento. Ser filho de Deus é o privilégio mais sublime da nossa salvação (ver Jo 1.12). Ser filho de Deus é a base da nossa fé e confiança em Deus e da nossa esperança da glória futura. Como filhos de Deus, somos herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo (ver Gl 4.7).
Deus quer que nos tornemos cada vez mais conscientes, mediante o Espírito Santo, o “Espírito de adoção”, de que fomos seus filhos. O Espírito suscita a exclamação “Aba” (Pai) em nosso coração e produz o desejo de sermos “guiados pelo Espírito” (ver Rm 8.14, 15). Sermos filhos de Deus é a base da nossa disciplina pelo Pai e a razão de vivermos para agradá-lO. O alvo final de Deus ao nos tornar seus filhos é salvar-nos para sempre “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16), e nos conformar à imagem do seu Filho (ver Rm 8.29).
Os pais devem ser exemplos de vida e conduta cristãs, e se importar mais com a salvação dos filhos do que com seu emprego, profissão, ou posição social. Só quando os pais e seus filhos aceitam, ensinam e seguem os caminhos e mandamentos do Senhor é que desfrutarão a plena bênção de Deus (ver Sl 128).