quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Medo, do quê?

Am 5.4:
“Porque assim diz o Senhor...: Buscai-me e vivei”.

Vivemos num mundo cheio de temores, medo do desemprego, medo de assalto, medo de alguma revolução, medo de mudanças políticas, medo da estagnação do comércio e da indústria. O resultado é o grande aumento de esgotamentos nervosos, derrames, e confusão em toda parte. Os efeitos danosos do medo são bem conhecidos: envenena o pensamento, impede o são juízo, e paralisa as ações.

Devemos cultivar o temor correto. O medo é uma bênção quando nos leva a buscar refúgio dum perigo real. Cristo nos ensinou que existem certas coisas que devemos temer e evitar: a hipocrisia “adverti e acautelai-vos do fermento dos fariseus e saduceus” (Mt 16.6); a cobiça “Acautelai-vos e guardai-vos da avareza” (Lc 12.15); e a blasfêmia contra o Espírito Santo “Portanto, eu vos digo: todo pecado e blasfêmia se perdoará aos homens, mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada aos homens” (Mt 12.31).

Acima de tudo, ensinou os homens a temerem a Deus “E não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo” (Mt 10.28). Se tivéssemos mais temor a Deus, teríamos menos medo dos homens e seríamos mais felizes “Quem dera que eles tivessem tal coração que me temessem e guardassem todos os meus mandamentos todos os dias, para que bem lhes fosse a eles e a seus filhos, para sempre” (Dt 5.29)! A história bíblica da salvação consiste precisamente no empenho incansável de Deus em livrar os homens e as mulheres dos seus pecados e suas consequências destruidoras, e atraí-los a Si mesmo.

As bênçãos contínuas que recebemos da parte de Deus, especialmente o perdão dos nossos pecados, devem nos levar a temê-lO e a amá-lO. “Temei ao Senhor, vós os seus santos, pois não têm falta alguma aqueles que o temem” (Sl 34.9). As promessas deste salmo são condicionais, e reservadas somente a quem de fato teme ao Senhor. Deus promete por anjos ao nosso redor: “O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que o temem, e os livra” (v.7); suprir as nossas necessidades: “Temei ao Senhor, vós os seus santos, pois não têm falta alguma aqueles que o temem” (v.9); nos livrar do medo, mas somente se buscarmos ao Senhor: “Busquei ao Senhor, e ele me respondeu; livrou-me de todos os meus temores” (v.4).

A palavra “buscar”, neste contexto, não significa que Deus está se escondendo de nós – a verdade é que Ele está sempre nos procurando para nos oferecer bênçãos, e “buscar” a Ele significa desejar ardentemente as coisas que Ele nos prometeu. Quando o olho se abre, entra a luz; quando os pulmões se dilatam, entra o ar; quando o coração se abre, entra o Senhor. Poderemos receber da parte de Deus aquele tanto que estamos dispostos a aceitar. Alguém poderia ganhar todo o dinheiro no mundo e ainda se sentir insatisfeito e infeliz. As coisas que existem, somente podem nos dar algum prazer na medida em que Deus vem junto com elas, porque somente Aquele que criou a alma pode satisfazer a alma.

Devemos tomar medidas firmes para expulsar o medo: enfrente os seus temores e examine-os, lembrando-se de que a maioria dos temores, como a maioria das preocupações, não têm razão de ser. Conte todos os seus temores a Deus em oração, “E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e as vossas mentes em Cristo Jesus” (Fp 4.6,7). E, finalmente, devemos sempre contar com a realidade da presença do Senhor em nossa vida. “Não temerei mal algum, porque tu estás comigo” (Sl 23.4). Tenha mais confiança na graça e misericórdia de Deus, e não considere dignos de confiança seus próprios temores e fraquezas.