quinta-feira, 14 de abril de 2011

Família, um projeto de Deus - Parte 2


(Gn 12.3) “... em ti serão benditas todas as famílias da terra

O propósito divino de redimir e salvar a raça humana dá início a um novo capítulo na revelação do AT – A chamada de Abraão.

A intenção de Deus era que houvesse um homem que o conhecesse, o servisse e guardasse os seus caminhos e que fosse um líder espiritual em casa e ensinasse a seus filhos o caminho do Senhor: “Porque eu tenho conhecido, que ele há de ordenar a seus filhos e a sua casa depois dele, para que guardem o caminho do Senhor, ...” (Gn 18.19).

Dessa família surgiria uma nação escolhida de pessoas que se separassem das práticas ímpias doutras nações para fazerem a vontade de Deus. Então viria Jesus Cristo, o Salvador do mundo, o prometido descendente da mulher (Gn 3.15).

Esta é a bênção da salvação de Deus prometida a Abraão, e que se estenderia não só aos seus descendentes físicos (os judeus crentes), como também beneficiaria todas as famílias da terra: Sabei, pois, que os que são da fé são filhos de Abraão” (Gl 3.7).

Desta bênção dependem todas as demais: “.. buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6.33).

Desde o princípio, Deus estabeleceu o casamento e a família que dele surge, como a primeira e a mais importante instituição humana na terra.

O homem – Deus conferiu a Adão a responsabilidade pelo jardim, e ordenou que ele não comesse o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Ao invés de impedi-lo fisicamente, Deus lhe concedeu a chance de escolher, e com isso a possibilidade de escolher errado. Deus continua a nos dar chances, e nós ainda costumamos fazer a escolha errada. Tais erros podem nos causar dor, mas ajudam-nos a aprender e a fazer escolhas melhores no futuro. Viver com as consequências de nossas escolhas ensina-nos a pensar e escolher com mais cuidado.

A mulher – O trabalho criativo de Deus não estava completo até Ele fazer a mulher. Deus poderia tê-la formado do pó da terra, do mesmo modo que fizera o homem. Porém, Ele preferiu fazê-la da carne e dos ossos do homem. Assim, Deus ilustrou que, no casamento, homem e mulher estão simbolicamente unidos em uma só carne (Gn 2.24).

O desejo e o propósito de Deus para a esposa e mãe, é que sua atenção e dedicação se focalizem na família. O lar, o marido e os filhos precisam ser o centro dos interesses da mãe cristã; As esposas e as mães mais jovens devem aprender a viver de uma maneira cristã: amando seus maridos e cuidando de seus filhos, observando mulheres cristãs exemplares.

Essa é a maneira que Deus determinou para honrar a sua Palavra: “Olha pelo governo de sua casa e não come o pão da preguiça” (Pv 31.27).

Deus forma e prepara homens e mulheres para várias tarefas, que convergem todas para um mesmo objetivo – honrar a Deus. O homem dá vida à mulher; e a mulher dá vida ao mundo. Cada papel carrega privilégios exclusivos, e não há razão para pensar que um sexo é superior ao outro.

Casamento – Deus presenteou Adão e Eva com o matrimônio. Eles foram criados perfeitos um para o outro. O casamento não foi uma conveniência, tampouco foi criado por qualquer cultura. Ele foi instituído por Deus e possui três aspectos básicos: (1) o homem deixa seus pais e, em ato público, promete-se a si mesmo à sua esposa; (2) o homem e a mulher são unidos, assumindo responsabilidades pelo bem estar mútuo e amando um ao outro antes das outras pessoas; (3) ambos tornam-se um na intimidade e no comprometimento de união sexual que são reservados para o casamento. Esta é uma união fabulosa dos corações e vida do casal. O objetivo do casamento deve ser mais do que companheirismo; precisa haver unidade.

A vontade de Deus para o casamento é que ele seja permanente: “Todavia, aos casados, mando, não eu, mas o Senhor, que a mulher se não aparte do marido” (1Co 7.10).

Filhos – Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo. Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa, para que te vá bem, e vivas muito tempo sobre a terra” (Ef 6.1-3).

Há uma diferença entre obedecer e honrar. Obedecer significa agir de acordo com as instruções recebidas. Honrar significa respeitar e amar. Os filhos não devem desobedecer a Deus ao obedecerem aos seus pais. Os filhos são obrigados a obedecer enquanto estiverem sob os cuidados dos pais, mas a responsabilidade de honrá-los é vitalícia. Devem honrar os pais, mesmo que estes sejam injustos ou excessivamente exigentes.

Pais – E vós, pais, não provoqueis a ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor” (Ef 6.4).

Uma forma vital de expressar amor a Deus é cuidar do bem-estar espiritual dos filhos e esforçar-nos para levá-los a um real relacionamento com Deus. Os hebreus foram extremamente bem sucedidos ao tornar a religião parte integral de sua vida. O motivo do sucesso foi a combinação entre a educação religiosa e uma prática de vida. Eles utilizavam o contexto diário para ensinar sobre Deus. Os pais devem cuidar dos filhos afetuosamente, mesmo que estes não sejam obedientes ou amáveis. O ideal é que pais e filhos cristãos se relacionem com entendimento e amor. Isso só é possível quando os pais colocam os interesses dos filhos acima dos próprios interesses, e vice-versa.

Se nossa fé no Senhor Jesus Cristo for real, ela será geralmente demonstrada em casa, em nosso relacionamento com aqueles que nos conhecem melhor. Filhos e pais têm responsabilidades uns para com os outros.

Os maridos e pais que são bons exemplos de um viver cristão são importantes modelos que os homens mais jovens precisam ver, para que saibam como devem se portar.

Um bom líder necessita e deve utilizar-se de sábios conselhos. O entendimento humano é limitado, falho e sujeito a erros (Ef 4.18). É imperioso então que ele deva ser iluminado pela Palavra de Deus e dirigido pelo Espírito Santo (Rm 8.9-16).

Em todos os nossos planos, decisões e atividades, devemos reconhecer Deus como Senhor, e fazer a sua vontade como nosso supremo alvo. Todos os dias, devemos viver num profundo e confiante relacionamento com Deus, sempre buscando a sua direção “pela oração e súplicas, com ação de graças” (Fp 4.6). Se assim fizermos, Deus não permitirá que os que nEle confiam sejam apanhados e destruídos nas ciladas armadas pelo inimigo (Pv 3.25,26).

No gênero humano, nada mais há poderoso ou belo do que a expressão do amor mútuo entre um homem e uma mulher que estão realmente comprometidos um com o outro: “Põe-me como selo sobre o teu coração, como selo sobre o teu braço, porque o amor é forte como a morte, e duro como a sepultura o ciúme; as suas brasas são brasas de fogo, labaredas do Senhor. As muitas águas não poderiam apagar esse amor nem os rios afogá-lo; ainda que alguém desse toda a fazenda de sua casa por este amor, certamente a desprezariam” (Ct 8.6,7).