(Jó 14.7-9)
“Porque há esperança para a árvore, que, se for cortada, ainda se renovará, e não cessarão os seus renovos. Se envelhecer na terra a sua raiz, e morrer o seu tronco no pó, ao cheiro das águas, brotará e dará ramos como a planta”.
Como um homem esmagado pela dor, Jó estava convicto de que morreria dentro em breve. Julgava-se abandonado por Deus e como objeto de desprezo dos seus companheiros. Não podia fazer outra coisa, a não ser perseverar na convicção da integridade da sua causa e manter confiança na justiça de Deus, apesar de tudo parecer contrário. Jó cria que Deus se tornara seu inimigo e que se comprazia em permitir tormento e agonia sobre ele (16.9,19-22).
Não devemos culpar a Deus por aquilo que Ele apenas permite. Tragédias acontecem entre os seus filhos, as quais Ele permite, com pesar e compaixão, pois não tem prazer em contemplá-las. Na sua vontade permissiva Ele apenas tolera que muitos rejeitem a Ele e à sua salvação. Na sua perfeita vontade Ele deseja que “todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade” (1Tm 2.4).
Em meio ao sofrimento e desespero, Jó se apegava a Deus com grande fé, crendo que o Senhor o vindicaria afinal. Jó tinha Deus como seu “Redentor” ou ajudador.
Nos tempos bíblicos, um “redentor” era um parente que, com grande afeição, fazia-se presente para proteger, defender e ajudar a sanar problemas de um parente sofredor.
As Escrituras declaram que o Pai celestial tem cuidado de nós. Por isso podemos dizer juntamente com o salmista: “Em Deus tenho posto a minha confiança; não temerei o que me possa fazer o homem” (Sl 56.11). Essa afirmação pode ser feita com confiança em tempos de necessidade, de aflição, de provações ou de adversidade.
Jó perdera a família, as posses, a saúde, a posição e o bom nome, mas prosseguia no desejo de ter a comunhão com Deus que dantes desfrutava (23.3) e ter a Sua luz para que pudesse caminhar em meio às situações obscuras que estava atravessando (29.2).
Todos os filhos de Deus têm essa experiência em algum momento de sua vida, ocasião em que clamam a Deus por socorro e Ele parece não ouvir. Até mesmo o Senhor Jesus Cristo passou por tal experiência (Mt 27.46). Em tais ocasiões, não devemos deixar de perseverar na fé (Lc 18.1-7). Sabemos pelo modo como Deus lidou com Jó e com todos os servos fiéis no decurso da história, que nenhum verdadeiro seguidor do Senhor é jamais abandonado por Ele (Hb 13.5), e nenhuma oração sincera jamais deixa de ser ouvida (Sl 9.10).
Em casos como o de Jó, se perseverarmos Deus manifestará sua presença e nos dispensará o seu cuidado. Deus nunca permite que seu servo sofra sem um propósito espiritual, embora talvez ele não compreenda por que, como foi o caso de Jó. Nesses casos o cristão deve confiar em Deus, sabendo que Ele, na sua perfeita justiça, fará o que é sempre melhor para nós e para seu reino. “Ouvistes qual foi a paciência de Jó e vistes o fim que o Senhor lhe deu; porque o Senhor é muito misericordioso e piedoso” (Tg 5.11).
No momento mais obscuro da vida de Jeremias, sua esperança foi fortalecida pela certeza de que Deus é e continuaria sendo fiel. Ele enxergou um raio de esperança em meio a todo o pecado e tristeza que o rodeava na época em que Jerusalém estava sob o cerco inimigo. Deus havia prometido uma restauração futura e Jeremias sabia que Deus cumpriria suas promessas.
Ele pode dizer: “As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos; porque as suas misericórdias não têm fim. Novas são cada manhã; grande é a tua fidelidade” (Jr 3.22,23).
“Levanta-te, clama de noite no princípio das vigílias; derrama o teu coração como águas diante da face do Senhor” (Lm 2.19). “Há esperanças no derradeiro fim” (Jr 31.17).
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