(Mt 8.18,23-27; Mc 4.35-41; Lc 8.22-25)
(V.18) - Essa outra margem a que Jesus se refere é a do mar da Galiléia, na verdade um grande lago localizado a aproximadamente 224 m abaixo do nível do mar e cercado de montanhas. Ventos que sopravam da terra se intensificavam nas proximidades desse local e, muitas vezes, causavam tempestades violentas e inesperadas.
Passar para a outra margem indica mudança, e mudança implica em coisas novas.
Somos embaixadores da parte de Cristo (2Co 5.20) e somos também seus cooperadores (1Co 3.9). O desejo de Deus é nos preparar ao Senhor um povo bem disposto para bem lhe representarmos na terra (Lc 1.17). Por isso a cada dia Ele nos dá oportunidade de descobrirmos coisas novas através das dificuldades. Simão aprendeu a lição quando Jesus lhe ordenou a lançar a rede em alto mar (Lc 5.4).
O Senhor falou a Moisés em Dt 1.6: “Tempo bastante haveis estado neste monte”. Foram 40 anos no deserto tentando fazer uma viagem de 11 dias (v.2). Devemos avançar em direção a tudo que Deus tem para nós, confiando inteiramente em suas promessas. Ele é “o que preparou no mar um caminho e nas águas impetuosas, uma vereda” (Is 43.16).
(v.24) – em outra versão diz: “De repente, uma violenta tempestade abateu-se sobre o mar...” O Mar da Galiléia é até hoje o cenário de violentas e repentinas tempestades, às vezes, com ondas de até 6m de altura.
Paulo também passou pela experiência do naufrágio, indo para Itália. “E, soprando o vento sul brandamente, lhes pareceu terem já o que desejavam; por isso levantaram âncoras e foram navegando .... Pouco tempo depois, desencadeou-se da ilha um vento muito forte ... O navio foi arrastado pela tempestade, sem poder resistir ao vento; assim cessamos as manobras e ficamos à deriva. Finalmente perdemos toda a esperança de salvamento” (At 27.13-20).
Diante de tanto sofrimento, Paulo traz uma palavra de ânimo para a tripulação: “Tenham ânimo, senhores! Creio em Deus que acontecerá do modo como me foi dito “(v.25).
A nossa crença não pode ser emocional ou intelectual porque até os demônios crêem dessa forma. A nossa fé deve estar em Deus (Jo 14.1).
Enquanto Deus tiver um lugar e um propósito na vida de alguém aqui na terra, e tal pessoa buscar a Deus e seguir a direção do Espírito Santo, o Senhor o protegerá da morte. (Cf At 23.10,11) -Paulo perante o sinédrio- “A discussão tornou-se tão violenta que o comandante teve medo que Paulo fosse despedaçado por eles. Então ordenou que as tropas descessem e o retirassem à força do meio deles. Na noite seguinte o Senhor, pondo-se ao lado dele, disse: Paulo, tem ânimo! Porque, como de mim testificaste em Jerusalém, assim importa que testifiques também em Roma”. Mais dias, menos dias, a tempestade vem sem aviso prévio (Jo 16.33), mas não devemos temer. A promessa fundamental que Deus fez a Josué – “serei contigo; não te deixarei nem te desampararei” (Js 1.5), é também o compromisso que Ele assume com todos os crentes na luta pela sua fé ( Hb 13.5,6). A sua presença agora é uma realidade através de Jesus (Mt 1.23).
Assim como Jesus, no meio da tempestade estava dormindo, nós devemos descansar na sabedoria, na providência e no seu amor (Jr 29.11-14). Ter fé é triunfar nas crises (Fp 4.6-8).
Os discípulos entraram em pânico porque a tempestade ameaçava destruir a todos, enquanto Jesus parecia despreocupado e indiferente. Quaisquer que sejam suas dificuldades, você tem duas opções: pode afligir-se e supor que Jesus não se importa mais com a sua vida, ou pode resistir ao medo e confiar nEle. Quando sentir que está entrando em pânico, confesse que precisa de Deus e confie que Ele cuidará de você como cuidou dos discípulos.