sábado, 9 de abril de 2011

Tempo de Deus

 Jo 11.1-15 (A morte de Lázaro)  

Marta, conhecida, por ter-se mostrado muito ocupada para sentar-se aos pés de Jesus e ouvir os seus ensinos (Lc 10.38-42). Já no texto lido a vemos como uma mulher de uma fé crescente (vv.21-24) que encorajada, chega a uma grande fé (v.27): “... creio que tu és o Cristo, o Filho de Deus, que havia de vir ao mundo”.
A última referência a Marta é num jantar em Betânia (Jo 12.1-11), servindo uma refeição a Jesus e seus discípulos e a Lázaro.

A primeira referência à Maria é recebendo instrução aos pés de Jesus, (Lc 10.38-42).
No texto lido (v.2), João faz questão de explicar a qual das Marias ele se refere como irmã de Lázaro: “aquela que tinha ungido o Senhor com unguento”.
O NT fala de seis Marias: Maria, a mulher de Cleopas; Maria, a mãe de Jesus; Maria Madalena; Maria mãe de João Marcos; Maria de Roma e Maria de Betânia, a irmã de Lázaro.
No jantar, em Betânia (Mt 26.6-13; Mc 14.3-9; Jo 12.1-11)), na última semana de Jesus na terra, “Maria, tomando uma libra (327,5 gramas) de unguento de nardo puro, de muito preço, (mais de 300 dinheiros em Mc 14.5), ungiu os pés de Jesus e enxugou-lhes os pés com os seus cabelos; e encheu-se a casa do cheiro do unguento” (Jo12.3). O Mestre revelou que o ato de adoração daquela mulher seria conhecido em toda parte onde o evangelho fosse pregado, como exemplo de serviço de grande valor (Mt 26.13).
No texto em apreço, vemos Maria mais uma vez aos pés de Jesus, desta vez, para receber consolo: “Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido” (v.32).

A referência a Lázaro no texto, é que ele estava enfermo, e era irmão de Marta e Maria (v.1). Ele aparece outra vez, no jantar em Betânia com Jesus, como o que falecera e a quem ressuscitara dos mortos (Jo 12.1).

Marta, Maria e Lázaro – uma família de Betânia, cidadezinha do Monte das Oliveiras a cerca de 3 km de Jerusalém. Eram lembrados por sua hospitalidade – (requisito social na cultura judaica). O Senhor hospedou-se ali algumas vezes: (Lc 10.38,39; Mt 21.17; 26.6). Jesus os amava (vv. 3,5, 36). Esta família desfrutava de íntima comunhão com o Senhor. Lázaro adoece.

O sofrimento dos justos e a aparente demora de Deus
A fidelidade a Deus não é garantia de que o crente não passará por aflições, dores e sofrimentos nesta vida. Jesus disse: “em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições” (Jo 16.33).
São diversas as razões porque os crentes sofrem e a primeira delas é em decorrência da queda de Adão e Eva. Quando o pecado entrou no mundo, entrou também a dor, a tristeza, o conflito e, finalmente, a morte (Gn 3.16-19).
Em Rm 8, a Bíblia nos fala de três gemidos na terra, por causa do pecado: o da natureza que se tornou sujeita às catástrofes físicas (v.22), o dos crentes (v.23) e o do Espírito Santo (v.26).
Jesus também se comoveu e foi tomado de profunda tristeza e ira por causa de todo sofrimento causado pela morte, por Satanás e pelo pecado. Jesus chorou (v.35) quando viu Maria chorar e os que com ela vinham (v.33).
Deus usa, às vezes, o sofrimento para aprendermos a depender menos de nós mesmos e mais dEle e da sua graça (Rm 5.3-5).

“Mandaram-lhe, pois, suas irmãs dizer: Senhor, eis que está enfermo aquele que tu amas. “Ouvindo, pois, que estava enfermo, ficou ainda dois dias” (vv. 3,6).
A fé exclusivamente nEle outorga esperança: “aquele que crer não se apresse” (Is 28.16).
Jesus conhecia o sofrimento que esta família enfrentava. Não reagiu imediatamente por tres motivos: por um propósito específico: “Esta enfermidade não é para morte, mas para glória de Deus” (v.4); para fazer-lhes um bem maior; para fortalecer a fé tanto deles, como dos discípulos: “Lázaro morreu, e para o bem de vocês estou contente por não ter estado lá, para que vocês creiam (vv.14,15); (Nova versão internacional – Bíblia em ordem Cronológica).

Marta e Maria ao se encontrarem com Jesus exclamam com lamento: “Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido” (vv.21,32); (Ver Jo 4.49,50).
O cronograma e a vontade de Deus, quanto às nossas provações ou aflições, são diferentes do nosso desejo (Is 55.8,9).
Ele nos atende de conformidade com a sua sabedoria e o seu amor (Jr 29.11-14).
Deus olha o tempo sob a perspectiva da eternidade. Pode realizar num só dia o que julgamos que levaria mil anos, ou vice versa (Sl 90.4; 2Pe 3.8). (Testemunho).
Ele tem um plano eterno que inclui os propósitos e atividades de toda pessoa na terra e tem um tempo determinado e um momento certo para todo o propósito debaixo do céu (Ec 3.1).
Jesus encoraja Marta a crer no milagre da ressurreição: “teu irmão há de ressuscitar” (v.23).
Marta não consegue enxergar a bênção perto dela: “Eu sei que há de ressuscitar na ressurreição do último dia” (v.24) – o pouco conhecimento deixa-nos cegos (2Pe 1.5-11).
“Conheçamos e prossigamos em conhecer o Senhor; como a alva, será a sua saída; e ele a nós virá como a chuva, como a chuva serôdia que rega a terra” (Os 6.3).
Disse-lhe Jesus: “Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá; e todo aquele que vive e crê em mim, nunca morrerá. Crês tu isso”? (vv.25,26)
Marta desta vez se expressa como uma mulher de grande fé: “Sim, Senhor, creio que tu és o Cristo, o Filho de Deus, que havia de vir ao mundo” (v.27). (Ver Is 61.1 - A missão do Messias).
Jesus usa aqui, um dos seus nomes: “Eu sou a ressurreição e a vida” (faz ressurgir e é a vida).  
Eu sou o teu escudo (Gn 15.1); Eu sou o Deus Todo Poderoso (Gn 17.1); Eu sou o que sou = Deus que está presente e ativo (Ex 3.14); Eu sou (Jo 8.58); Eu sou a Porta (Jo 10.9); Eu sou o Bom Pastor (Jo 10.11); Eu sou o Caminho...(Jo 14.6); Eu sou o Alfa e o Ômega, O Princípio e o Fim (Ap 1.8).
Ressurgir,é chamar à existência o que já não existe (Rm 4.17); (Is 45.2,3).
Ele “preparou no mar um caminho e nas águas impetuosas, uma vereda” (Is 43.16).
Jesus disse: “Tirai a pedra” (v.39). As pedras nos impedem de ver a glória de Deus; Há pedras: do preconceito – (O cego de Jericó-Lc 18.35-43); da religiosidade – (A cura do cego de nascença, num sábado, Jo 9.16); A mulher do fluxo de sangue -Mc 5.27); da superstição - Adoração a um deus desconhecido - (At 17.22-25). São as chamadas pedras da incredulidade.
“Haveria coisa alguma difícil ao Senhor” (Gn 18.14)? 
Marta, irmã do defunto, disse-lhe: Senhor, já cheira mal, porque é já de quatro dias”. Disse-lhe Jesus: “Não te hei dito que, se creres, verás a glória de Deus”? - encorajando-a a crer. “Tiraram, pois, a pedra” - foram libertos da incredulidade. E Jesus levantando os olhos para o céu, agradeceu ao Pai e clamou com grande voz:Lázaro, vem para fora. “E o defunto saiu” tendo a mão e os pés ligados com faixas, e o seu rosto, envolto num lenço. Disse-lhes Jesus: desligai-o e deixai-o ir. – deixar os embaraços e viver em novidade de vida (2Co 5.17)
 “Muitos, pois, dentre os judeus que tinham vindo a Maria e que tinham visto o que Jesus fizera creram nele” (vv.39-45).
Para quem crê em Jesus, a morte física não é um fim trágico. É, pelo contrário, a admissão à vida eterna e abundante, e, à comunhão com Deus;
O milagre da ressurreição de Lázaro foi uma demonstração daquilo que Deus fará com todos os crentes que morrerem em Cristo, na ocasião em que o Senhor voltar para buscar a sua igreja.                                                                                
Em meio às terríveis circunstâncias que enfrentamos, pode parecer que Deus se esqueceu de nós. A atitude certa ante a aparente demora de Deus é confiar no seu infinito amor e lembrar-nos que Ele já nos livrou e nos abençoou anteriormente. Uma admoestação típica de Moisés no livro de Deuteronômio é: “Lembra-te e não te esqueças”.  (Dt 6.12; 9.7; 15.15; 16.12; 24.18; 32.7; Sl 103.2).